‘Discurso histórico’, diz Orleans e Bragança

Descendente da antiga família real, deputado afirma que ONU ‘luta contra conceitos’ de ‘Deus, pátria e família’

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Por Pedro Venceslau
Atualização:

Primeiro vice-presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara e descendente da antiga família real brasileira, o deputado federal Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PSL-SP) classificou como “histórico” o discurso feito nesta terça-feira, em Nova York, pelo presidente Jair Bolsonaro durante a abertura da 74.ª Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).

“Foi um discurso histórico que teve como base Deus, pátria e família. Isso é novidade para a ONU, que luta contra esses conceitos. Foi um discurso que defendeu o combate pela soberania”, afirmou o parlamentar do PSL ao Estado.

Luiz Philippe de Orleans e Bragança,deputado eleito pelo PSLe primeirovice-presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara Foto: Iara Morselli/Estadão

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Na pré-campanha eleitoral de 2018, o hoje deputado chegou a ser anunciado como candidato a vice na chapa de Jair Bolsonaro. Mais tarde, também foi cotado para ser ministro das Relações Exteriores.

Na avaliação do parlamentar, a fala do presidente na ONU não foi agressiva, como avaliaram alguns especialistas. “O discurso foi uma ruptura com tudo o que escutamos no contexto da ONU: uma fala objetiva e direta.”

Orleans e Bragança também sustentou a tese de que a esquerda ainda mantém uma forte influência no continente e, por conta disso, precisa ser combatida – fazendo coro com Bolsonaro, segundo o qual o Brasil esteve próximo, no passado recente, de se tornar um país socialista.

“Meu país esteve muito próximo do socialismo, o que nos colocou numa situação de corrupção generalizada, grave recessão econômica, altas taxas de criminalidade e ataques ininterruptos aos valores familiares e religiosos que formam nossas tradições”, afirmou o presidente brasileiro, em trecho inicial do discurso lido na abertura do encontro da ONU.

‘Mentalidade’

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Segundo o deputado do PSL, ainda existiria no Brasil uma “mentalidade socialista hegemônica e progressista” nas escolas, clubes e universidades.

“A elite brasileira se tornou progressista e socialista”, afirmou ele. “Os países mais livres têm o mesmo problema em comum: a influência do socialismo de Estado que leva a um freio da atividade econômica” disse ele.

Amazônia 

Sobre o trecho do discurso de Jair Bolsonaro que tratou da Amazônia, o deputado do PSL sustentou que as queimadas existem, mas estariam sob controle e não teriam registrado crescimento na comparação com anos anteriores. “Isso não é um fato relevante. Houve incêndios criminosos. Mas fica a dúvida: foi motivação política ou a iniciativa de fazendeiros locais? O fato é que não há crise ambiental no Brasil”, disse ele.

Em sua fala na ONU, Bolsonaro afirmou que tem “compromisso solene” com a proteção da Amazônia e da floresta, que é maior do que toda a Europa ocidental e “permanece praticamente intocada”.

Ele elogiou ainda a aproximação política do Palácio do Planalto com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. “O discurso de Bolsonaro estava em consonância com o do presidente Trump. Ambos defendem os valores da consciência cristã. A maioria das nações que nascem criadas com valores cristãos valoriza a família, a lei e a ordem.”