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Diretora do IBGE responde a crítica de FHC

Por Agencia Estado
Atualização:

A diretora de pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Martha Maya, respondeu às críticas feitas pelo presidente Fernando Henrique Cardoso aos resultados preliminares do Censo 2000, divulgados ontem. Logo após a divulgação da pesquisa, o presidente classificou de "ilógicos" os resultados que apontam crescimento no consumo de bens, apesar da baixa renda do brasileiro. Os dados do Censo 2000 revelam que pouco mais da metade da população (51,9%) ganhavam até dois salários mínimos e apenas 2,6% recebiam mais de 20 salários mínimos, mas que houve aumento no consumo da maioria dos bens, com destaque para o telefone (113%), automóvel (42%) e máquina de lavar (26%). Ontem, durante a coletiva, os técnicos do IBGE disseram que a possível contradição não poderia ser explicada, porque os dados sobre renda não podem ser comparados com os de 1991, já que em 2000 foi trocada a metodologia da pesquisa nessa área. Hoje, a diretora de pesquisa explicou que não há contradição na pesquisa. O que ocorre é que os dados divulgados ontem ainda são preliminares e se referem apenas à renda pessoal do brasileiro. E, segundo Martha Maya, o consumo de bens é determinado pelos rendimentos de todos os membros do domicílio. As informações sobre a renda da família não foram divulgadas nessa etapa do censo e ainda estão sendo analisadas pelo IBGE. "Como ainda não divulgamos todos os dados sobre renda, o presidente não tinha as informações suficientes e, assim, é fácil entender por que ele fez aquele comentário", observou Martha. A diretora de pesquisas afirmou ainda que espera que é bem provável que as informações mais detalhadas do censo - que devem ser divulgados no fim do ano - mostrem que houve aumento na renda familiar entre 1991 e 2000. "Então, vai ficar explicado como cresceu o consumo dos bens, já que as decisões de comprar eletrodomésticos não é pessoal, mas da família". Martha afirma que as Pnads (Pesquisas Nacionais por Amostra de Domicílio) da década de 90 já mostram crescimento da renda familiar. "As Pnads de 1993 a 1999 mostram que houve elevação dos rendimentos da família brasileira. Então, é muito possível que o Censo 2000 vá confirmar essa tendência e explicar o maior consumo de bens duráveis."

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