O diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, negou nesta quinta-feira, 26, que a Operação Castelo de Areia tenha tido como foco investigar partidos políticos. A acusação foi feita pelo DEM, um dos sete partidos citados em supostas doações ilegais da empreiteira Camargo Corrêa. O ministro da Justiça também negou cunho político na ação.
A operação, deflagrada na última quarta, resultou na prisão de quatro diretores e duas secretárias da empreiteira Camargo Corrêa, acusados de superfaturamento de obras públicas, remessa ilegal de recursos para o exterior e doações ilegais a campanhas políticas.
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(DEM, PSDB, PPS, PSB, PDT, PP e PMDB) nas eleições municipais de 2008. Corrêa argumentou que o foco da operação eram crimes financeiros e lavagem de dinheiro e que a PF "cruzou com os dados" envolvendo os partidos, e os repassou à Justiça, como é de sua responsabilidade.
"Não foi esse o foco (eleitoral). Mas se esse foco se caracterizar crime, vamos apurar, independentemente de partido. A Polícia Federal não atua pautada por questões político-partidárias", disse, após a cerimônia em comemoração aos 65 anos da instituição, que contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O DEM afirmou que pedirá à Justiça de São Paulo todos os documentos referentes à operação. E se a solicitação não for atendida, poderá recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF).
"Se esses eventuais repasses são lícitos ou ilícitos, a PF não faz juízo de valor", afirmou Corrêa, acrescentando que as investigações chegaram ao público por decisão do juiz federal Fausto De Sanctis, que divulgou relatório da PF.