Diretor do Iuperj não descarta vitória de Lula no 1º turno

Marcus Figueiredo acha que a chave para esta questão está no PMDB

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Por Agencia Estado
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O diretor de pesquisas do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj), Marcus Figueiredo, disse à Agência Estado que não descarta a hipótese da eleição presidencial deste ano ser resolvida ainda no primeiro turno. "A chave para esta questão está no PMDB", disse Figueiredo ao comentar os resultados da pesquisa CNT/Sensus divulgada nesta terça-feira. Ele acredita que a probabilidade de definição das eleições ainda no primeiro turno aumentaria muito se o PMDB resolvesse apoiar a candidatura do presidente Lula e desistir da idéia de ter candidato próprio nas eleições de outubro. "Neste cenário, o eleitorado teria que se definir somente entre duas candidaturas fortes e a chance de termos a eleição definida no primeiro turno aumentaria", afirmou. A grande incógnita dentro do PMDB, segundo Figueiredo, é o nome do ex-governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho. "Não podemos esquecer que em 2002 o Garotinho só não foi para o segundo turno com o então candidato Lula por uma diferença de apenas quatro pontos porcentuais em relação ao candidato do PSDB, José Serra", disse. Ele disse que naquela época o ex-governador do Rio de Janeiro foi candidato pelo PSB, partido com pouca estrutura. "A estrutura do PMDB é muito maior e isto tende a torná-lo mais competitivo", disse. Impacto do mínimo O fato de Garotinho aparecer nas pesquisas com índices de intenção de voto variando entre 10% e 14% não seria motivo, na opinião do diretor de pesquisas do Iuperj, para descartá-lo como candidato competitivo. "Ainda temos muito tempo pela frente e o índice de indefinição do eleitorado ainda é elevado", comentou. Na pesquisa divulgada hoje, este índice de indefinição foi reduzido de 60,2% para 50,4% nas simulações de votos com respostas espontâneas. No PSDB, o diretor de pesquisas do Iuperj afirmou que o nome do prefeito de São Paulo ainda é o mais forte dentro do partido. "Serra é o nome mais conhecido e as pesquisas têm apresentado muita volatilidade nos últimos meses", disse. O nome do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, ainda não é muito conhecido nacionalmente. "O governador de São Paulo teria que construir uma campanha para tornar seu nome mais conhecido entre os eleitores", comentou. Em compensação, o desconhecimento de Alckmin o faz ter um índice de rejeição menor que o de Serra. Os números da pesquisa CNT/Sensus, segundo Figueiredo, também mostraram uma forte desvinculação do nome do presidente Lula em relação ao PT. "Isto é bom para ele. O partido esteve envolvido em uma grave crise interna nos últimos meses em função das denúncias de corrupção", disse. Sobre a possibilidade de Lula ter atingido um teto na pesquisa da CNT/Sensus, o diretor de pesquisas do Iuperj afirmou que o nome de Lula ainda tem espaço para crescer em novas enquetes de opinião pública sobre as eleições de outubro. "A pesquisa de hoje ainda não pegou o impacto do aumento do salário mínimo e nem a melhora da economia dos últimos dias", comentou.

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