19 de agosto de 2011 | 07h59
O diretor do programa de desenvolvimento da Secretaria de Cooperativismo, Ricardo Saud, é o primeiro da equipe do ex-ministro da Agricultura, Wagner Rossi, a deixar o cargo, após sua saída da pasta. A exoneração "a pedido" foi publicada nesta sexta-feira, 19, no Diário Oficial da União. Amigo de Rossi, Saud era conhecido nos bastidores do Palácio do Planalto, como integrante de uma complicada rede de conexões, como a de que seria o fundador de uma subsidiária do Grupo Ourofino, que tinha fortes relações com o Ministério.
A saída de Saud já era esperada, conforme atencipou o Estado na edição desta sexta. O chefe de gabinete do ex-ministro, Alfredo Moraes Jr., também é citado nos bastidores como ocupantes de postos de confiança que devem entregar o cargo. Nessa quinta-feira, 18, o Planalto confirmou a ida do deputado Mendes Ribeiro (PMDB-RS) no comando do ministério. A ele, a presidente Dilma Rousseff deve dar autorização para trocar quem quiser nos postos de importância do setor.
À imprensa, Mendes Ribeiro disse que não fará faxina na pasta e que as investigações de irregularidades cabem aos órgãos responsáveis. "Eu tenho de falar sobre números e olhar para a frente para ajudar a crescer a agricultura no País."
O pedido de demissão de Wagner Rossi ocorreu em meio a acusações de corrupção e tráfico de influência no ministério. Uma das denúncias dizia que o lobista Júlio Fróes teria à sua disposição uma sala no Ministério da Agricultura para articular negócios. Em outra , foi revelado que Rossi viajou num jatinho da Ourofino Agronegócio, empresa que vende vacinas para a febre aftosa desde 2010 e tem outros negócios com o governo federal. A empresa contestou as acusações.
Exonerações. A edição extra do Diário Oficial da União, com data desta quinta-feira, 18, trouxe a nomeação de Mendes Ribeiro Filho para o Ministério da Agricultura e a exoneração "a pedido" de Wagner Rossi.
Na mesma edição, o Ministério do Turismo publicou a exoneração "a pedido", de Frederico Silva da Costa, do cargo de secretário executivo. Ele é suspeito de envolvimento em esquema de desvio de recursos previstos em contrato com o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustentável (Ibrasi), foi preso em Macapá, e solto sob fiança, sob essa acusação./COLABOROU ROSANA DE CÁSSIA
Atualizado às 12h06
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