Direita vai tentar saída rápida e esquerda terá que disputar as ruas, avalia ex-ministro

Ex-ministro da Secretaria Geral da Presidência avalia que esquerda vai às ruas por eleições diretas e terá que disputar hegemonia com movimentos que apoiaram o impeachment

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Por Ricardo Galhardo
Atualização:

As forças políticas que apoiaram o impeachment da presidente cassada Dilma Rousseff e o governo Michel Temer vão tentar uma solução rápida para a crise pressionando pela renúncia do peemedebista e buscando uma eleição indireta. Para evitar esta situação, a esquerda vai ter que lutar nas ruas por eleições diretas já e disputar a hegemonia das manifestações contra grupos como o Vem Pra Rua e Movimento Brasil Livre. A avaliação é do ex-ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, um dos colaboradores mais próximos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Protesto contra Temer em Brasília: No início da manifestação, cerca de 20 pessoas se concentravam em frente ao Palácio do Planalto Foto: Dida Sampaio/Estadão

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Para ele, a nova crise pode precipitar uma possível condenação de Lula na Lava Jato com o objetivo, de acordo com o petista, de impedi-lo de disputar uma eventual eleição.

“Nem tudo são flores. O que eles vão tentar fazer é uma reação rápida por meio de m processo de eleição indireta. Isso pode levar a um salto de qualidade na capacidade deles de se reaglutinar e deixar o projeto que tentam executar ainda mais sólido”, disse Carvalho.

Segundo o ex-ministro petista, o desafio da esquerda é acumular força nas ruas para impor a ideia de eleições diretas já. Mas isso passa por uma disputa de hegemonia com grupos como MBL e Vem Pra Rua.

“Temos que ir para a rua disputar com a direita e falar em alto e bom som que queremos eleições diretas”, afirmou.

Na manhã desta quinta-feira Lula, o presidente do PT, Rui Falcão, líderes petistas na Câmara e no Senado e representantes da Frente Brasil Popular se reúnem em São Paulo para definir a estratégia de ação frente a iminência de queda do governo Temer.

As frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, por sua vez, se reúnem no início da tarde na sede da Central Única dos Trabalhadores (CUT) para elaborar uma agenda de manifestações.

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Segundo Guilherme Boulos, líder do MTST e da Frente Povo Sem Medo, pessoas que participaram das manifestações pelo impeachment de Dilma e contra a corrupção serão bem vindas mas os movimentos que convocaram os protestos e depois empenharam apoio ao governo Temer, não. “Ninguém é dono da rua mas tem gente hipócrita que até ontem estava posando para fotos ao lado do Temer e do Eduardo Cunha. Movimentos oportunistas não serão aceitos”, disse Boulos.