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Dirceu tenta, pela quarta vez, comando do PT

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Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente nacional do PT, deputado federal José Dirceu (SP), anunciou nesta sexta-feira que pretende se licenciar da direção petista para concorrer à eleição direta do partido para o cargo, marcada para 16 de setembro. Dirceu, que tentará a quarta reeleição, será substituído na presidência nacional petista na terça-feira pelo deputado federal José Genoíno (SP), primeiro vice-presidente nacional. De acordo com a Secretaria de Organização Nacional do PT, os 924.597 filiados petistas até 16 de setembro do ano passado estarão aptos a escolher, diretamente, o novo presidente nacional da legenda dentre seis candidatos. A eleição direta será realizada em 2.848 municípios, e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) disponibilizará para a sigla 200 urnas eletrônicas. O anúncio da substituição no comando petista foi feito na sede nacional da agremiação, em São Paulo, durante a apresentação dos candidatos. Dirceu, presidente nacional do PT desde 1995, licenciou-se do cargo recebendo críticas de todos os adversários pela linha "moderada" adotada pela direção do partido. "Devemos lutar contra o perfil moderado?, disse o economista e candidato Markus Sokol, que também atacou o Orçamento Participativo, uma das bandeiras de campanha do PT. "No Orçamento Participativo, a população acha que decide, quando, na verdade, ela apenas participa." Os três representantes gaúchos na disputa pela presidência - o ex-prefeito de Porto Alegre Raul Pont, o vereador da capital gaúcha José Fortunati e o presidente estadual petista, Júlio Quadros, que também se licenciou do cargo - criticaram a "burocratização e o afastamento dos movimentos populares" adotados pelo atual comando. "O PT está com algumas deformações, como a própria falta do debate mais politizado entre seus militantes, que perderam espaço para as correntes e as tendências internas, desagregadoras do partido", disse Fortunati, que tem o apoio do presidente municipal do PT de São Paulo, Ricardo Berzoini. Pont também criticou algumas posturas adotadas pela prefeita de São Paulo, Marta Suplicy (PT), que apóia a candidatura de Dirceu. "A prefeita poderia conversar com nossa administração para saber que nós não resolvemos o problema do transporte público colocando o peso sobre o usuário", disse Pont, criticando os reflexos na popularidade petista pelo aumento na tarifa de ônibus na capital paulista, que subiu de 1,15 para 1,40 real. O deputado federal Tilden Santiago (MG), outro candidato a presidente, reforçou as críticas à atual direção, pregando um resgaste das "origens marxistas, sindicalistas e cristãs" do partido. "Todo partido que completa 21 anos padece de alguns erros. Não podemos permitir que a eleição direta se torne apenas uma formalidade entre nomes fortes e de griffe das diferentes correntes." Dirceu fez um discurso de lançamento da quarta candidatura a presidente nacional da legenda, reafirmando a bandeira "socialista" da sigla. "Não renunciamos à bandeira do socialismo e reafirmamos o processo democrático interno. Sou candidato para defender os rumos que transformaram o PT, durante minha gestão, no maior partido de oposição do País."

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