
24 de novembro de 2012 | 10h43
"É preciso que não se confundam a nossa tranquilidade, a nossa segurança, a nossa capacidade de resistir e de enfrentar, se for preciso, até mesmo a prisão, com fraqueza. Nós não aceitamos o que aconteceu, somos vítimas de um julgamento injusto", disse o ex-ministro, condenado a 10 anos e 10 meses de prisão pelos crimes de corrupção e formação de quadrilha.
Aproximadamente mil militantes petistas lotaram um auditório na região central de Osasco, transformando a plenária em um ato de desagravo. Outro réu condenado pelo Supremo, o ex-presidente do PT José Genoino, também participou da reunião. O trio voltou a afirmar que nunca houve um esquema de compra de votos no Congresso durante o primeiro governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como entendido pela maioria dos ministros do Supremo, e reiterou inocência.
Dirceu disse que iria recorrer a todos os instrumentos jurídicos cabíveis, inclusive a cortes internacionais.
O discurso de Genoino também foi nesse sentido. "O coração da gente está machucado, mas a cabeça está fria, erguida e tranquila, pois eu tenho a certeza da minha inocência", afirmou o ex-presidente do PT. Em um discurso emocionado, João Paulo comparou a sua condenação no julgamento à injustiça cometida quando Jesus Cristo foi crucificado. "É de cortar o meu coração ser acusado de corrupto, porque desde pequeno eu fiz uma opção de que a riqueza e a busca pela fortuna não moveriam a minha vida." Essa foi a primeira vez que o deputado se manifestou após ser condenado pelo STF. O tamanho da sua pena, no entanto, ainda não foi definido pelos ministros do Supremo. Isso deve acontecer nas sessões no decorrer da próxima semana.
A participação de Dirceu na plenária de João Paulo faz parte de uma agenda de viagens pelo Brasil para mobilizar bases petistas e movimentos sociais em sua defesa. Ainda à espera de que o PT se mobilize mais firmemente em seu favor, o ex-ministro quer recorrer a sindicatos e ao Movimento dos Sem Terra (MST), entre outros. O objetivo é defender, se necessário, independentemente do comando partidário, sua inocência no processo e denunciar o que considera o caráter político da sua condenação. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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