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Dirceu entra na batalha para aprovar mínimo

Por Agencia Estado
Atualização:

Para tentar reverter o placar desfavorável ao governo na votação do salário mínimo, o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, entra nesta segunda-feira nas negociações e articulações com os senadores para a aprovação da medida provisória que fixa em R$ 260 o mínimo. A idéia é que Dirceu e o ministro da Coordenação Política, Aldo Rebelo, deixem de lado as divergências e somem esforços para que, juntos, possam obter a vitória do governo. Para aprovar a MP, o governo precisa da maioria simples dos votos - metade mais um dos presentes, com quórum mínimo de 42 senadores. Pelos cálculos preliminares do Palácio do Planalto, o governo tem assegurados apenas 37 do total de 81 votos de senadores. Ou seja, 44 senadores estão dispostos a votar contra a MP. A estratégia é esvaziar a sessão de votação com a ausência de parlamentares, tanto da base aliada quanto da oposição, que prometem votar contra o governo. Por isso, os líderes da base aliada estão articulando votar a MP somente na quinta-feira e não na quarta-feira, como estava previsto. "Talvez na quinta-feira dê mais tempo para o governo articular a votação, além de o quórum estar mais baixo", disse o líder do governo no Congresso, senador Fernando Bezerra (PTB-RN). Para aprovar a MP, o governo precisa da maioria simples dos votos - metade mais um dos presentes, com quorum mínimo de 42 senadores. Almoço Hoje, o ministro Dirceu almoça com o senador Eduardo Siqueira Campos (PSDB-TO), que ameaça votar contra o mínimo de R$ 260. Na conversa com o tucano, o ministro vai tentar convencê-lo a se ausentar da votação. "O Siqueirinha é muito importante nesse jogo todo porque comanda os votos dos dois outros senadores do Tocantins", observou um aliado, com trânsito no Planalto. Além da ausência de Siqueira Campos, o governo também articula para que o senador João Ribeiro (PFL-TO), outro voto contrário à MP, não compareça à sessão. Quer garantir ainda a manutenção do voto favorável aos R$ 260 do senador Leomar Quintanilha (PMDB-TO), ligado ao grupo político dos Siqueira Campos. Lula Além de Dirceu, o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu na semana passada que vai participar pessoalmente das negociações para aprovação do mínimo. Antes da votação da MP, Lula pretende conversar com governadores do PSDB e do PFL para que eles tentem convencer suas bancadas a não derrotar o Planalto. Amanhã, assim que retornar de São Paulo, o presidente também deverá conversar com senadores que resistem a aprovar o mínimo de R$ 260. O mesmo trabalho de convencimento será feito pelo vice-presidente José Alencar junto ao PL. Amanhã, o vice se reúne com o presidente do PL, deputado Valdemar Costa Neto (SP), e os três senadores do partido. Os senadores Magno Malta (ES) e Marcelo Crivella (RJ) garantem que vão votar contra o governo. O governo está confiante, no entanto, de que conseguirá convencer Crivella, que é candidato à prefeitura do Rio, a viajar no dia da votação da MP. Já Aelton Freitas (MG), que substituiu Alencar no Senado, é contabilizado como voto certo a favor do governo. Cálculos preliminares de líderes governistas apontam que, pelo menos, nove senadores da base aliada deverão votar contra o mínimo: um ou dois do PT, dois do PL, quatro ou cinco do PMDB, um do PSB. O Planalto vai centrar forças para reverter os votos de três governistas ou negociar suas ausências no dia da votação. O governo vai trabalhar no mesmo sentido junto aos senadores dos partidos de oposição, que garantem votar favoravelmente ao mínimo de R$ 275, proposto pelo relator da MP, César Borges (PFL-BA). Amanhã, a bancada do PT no Senado vai se reunir com o presidente nacional do partido, José Genoino, para fechar questão a favor da MP do mínimo. Mas os senadores petistas que votarem contra ou se abstiverem não serão punidos. Afinal, o PT foi condescendente com os cinco deputados petistas que votaram contra os R$ 260 e também com outros cinco deputados do partido que se abstiveram na votação da MP na Câmara. Também amanhã, o secretário Executivo do Ministério da Fazenda, Bernardo Appy, se encontra com senadores da base aliada para discutir uma política de médio e longo prazo para a recuperação do valor do salário mínimo.

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