Dirceu diz que acusações de tucanos beiram o ridículo

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, disse que "beiram o ridículo" as críticas dos oito governadores tucanos que acusaram o Palácio do Planalto de centralizar recursos, enfraquecer os Estados e privilegiar aliados políticos na distribuição de verbas. "Não há discriminação do governo federal a nenhum governador de Estado nos contratos assinados", declarou o ministro, que respondeu cada uma das acusações dos tucanos, que as fizeram as após se reunirem em Palmas, no Tocantins, na segunda-feira. Depois de ressaltar que reclamar era "um direito dos governadores", o ministro lembrou que isso é natural acontecer em período eleitoral. "Os governadores do PSDB são de oposição, e nós estamos num período eleitoral; agora, há críticas e críticas", observou ele, passando a rebater cada item questionado pelos tucanos. "Muitas (das acusações) não têm fundamento, e outras são reivindicações dos governadores que o governo federal analisa e atende quando é possível", declarou o ministro. "Dizer que o governo do presidente Lula discriminou os governadores do PSDB quase beira ao ridículo. Basta ver os convênios, a liberação de recursos para saneamento e para habitação", afirmou Dirceu, acrescentando que, "quando as críticas procedem, o governo está aberto para discutir, para avançar na relação com os governadores". Em relação à Conribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), José Dirceu lembrou que ela foi criada no governo anterior, foi contingenciada, e o novo governo liberou 29% dos recursos para os governadores. "É muito ruim para um país que tem que fazer 4,25% de superávit primário. Mas o governo teve a sensibilidade de atender ao pedido dos governos e dos municípios", comentou Dirceu, ao justificar que, mesmo não tendo recursos suficientes no seu orçamento, o Planalto liberou verbas para os Estados quando podia ter aplicado 30% do orçamento da União em investimento em estradas, por exemplo. Sobre a renegociação da dívida dos Estados - de retirar saúde e educação do conceito de despesa líquida -, o ministro afirmou que essa negociação foi feita por esses governadores quando muitos deles eram líderes do governo anterior e concordaram, apoiaram e assinaram os contratos. "Agora, eles nos pedem que rompamos esses contratos?", indagou Dirceu. "Eles é que fizeram essa dívida, eles é que fizeram essa negociação. Foi o governo anterior que fez essa negociação pois a questão do salário e da educação foi decisão tomada pelo Congresso, que atendia pleito dos municípios, e não vejo motivo para voltarmos atrás". Dirceu falou, ainda, do reinício das obras da Ferrovia Norte-Sul. "O governo do presidente Lula retomou as obras, construindo uma solução para os investimentos com a parceria público-privada, para permitir investimento privado", acrescentou o ministro, justificando ainda que, "no caso das hidrovias, todas as obras hidroviárias estão no Plano Plurianual (PPA), e o Pais vai retomar essas obras". E completou: "Outras questões, como fundo de compensação, medida provisória, Fundo de Compensação das Exportações, foi votado no Congresso e, se formos ver as questões levantadas, muitas não têm fundamentos e outras são reivindicações que o governo analisa e atende, quando possivel".

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.