PUBLICIDADE

Dirceu critica operação da PF na Caixa

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro da Casa Civil, José Dirceu, criticou a operação da Polícia Federal na Caixa Econômica Federal, realizada na quinta-feira para busca e apreensão de documentos na sede da instituição, em Brasília. Ele visitou na noite deste sábado a Feira Agrocomercial e Industrial da Região de Araraquara. "Não precisavam fazer aquela operação de guerra numa instituição como a Caixa Econômica Federal, um dos principais bancos do País. Está evidente que houve abuso de autoridade. A juíza, inclusive determinou que o delegado devolvesse os equipamentos, mas até ontem (sexta) não havia devolvido", disse o ministro. A busca fez parte das investigações sobre Waldomiro Diniz, ex-subchefe de Assuntos Parlamentares da Casa Civil da Presidência da República, afastado do cargo em fevereiro após divulgação de uma fita em que ele aparece pedindo propina ao empresário de jogos Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Dirceu considerou a operação uma violação flagrante da lei e da decisão judicial. "A operação feita na Caixa Econômica Federal foi desnecessária na forma e excedeu no objetivo. É grave isso e espero que não comecem a vazar informações, não das agendas, do registro da entrada e saída, de reuniões havidas ou não com o Wladomiro Diniz e a Getec, mas outras informações", disse. "O que tem acontecido no País é um escândalo. Se quebra o sigilo de uma pessoa com um objetivo e começa a vazar informações de outra natureza sobre aquela pessoa física ou jurídica. O objetivo disso pode ser chantagem política." O ministro manifestou sua solidariedade ao presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Matoso, e aos servidores. "A Caixa Econômica nunca negou informações ao Poder Judiciário, ao Ministério Público e à Polícia Federal. Então não há razão para um assalto armado, fechar o prédio, não deixar os clientes entrarem, parar os elevadores e tomar de assalto dois andares com armas expostas", afirmou. "Foi feita uma violência inaceitável, na minha opinião."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.