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Dirceu acha que CPI do Banestado pode atrapalhar votação das reformas

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, deve se reunir ainda hoje com o presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), para discutir a ?viabilidade política? de se instalar agora uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a remessa de dólares, via contas CC-5, à agência do Banestado, em Nova York. Em reunião hoje com os líderes governistas, Dirceu alertou para dois problemas caso essa comissão seja criada: atropelos na votação das reformas da Previdência e tributária; e a impossibilidade de os líderes controlarem o curso das investigações. "Uma CPI é movida pelos fatos e ninguém controla a sua dinâmica", disse um dos líderes que participou da reunião no Palácio do Planalto. No encontro, o líder do PT, Nelson Pellegrino (BA), ponderou que, no momento, a situação ficou irreversível para o partido. Na conversa com João Paulo, o ministro José Dirceu deverá afirmar que a preocupação maior do governo é com o momento político para a instalação da CPI do Banestado e menos com o suposto envolvimento de políticos e empresários na remessa de dólares estimados em U$S 30 bilhões. Uma das alternativas seria a instalação de uma CPI mista, formada por deputados e senadores. Essa saída atenderia ao Senado que, por acordo de líderes, desistiu de criar sua CPI atendendo a ponderações políticas do próprio governo. A decisão de João Paulo Cunha autorizando a instalação da CPI na Câmara, criou mal-estar entre os senadores, sobretudo os do PT. Para a reunião hoje com José Dirceu, o líder do PT no Senado, Tião Viana (AC), convidou a senadora Ildeli Salvatti (PT-SC), que chegou a coletar as assinaturas para um requerimento de criação da CPI do Banestado e, depois, desistiu da idéia. "Acho que esse assunto precisa de uma discussão madura e pública da Câmara e do Senado sobre a eficiência da instalação dessa CPI", disse a senadora ao ministro José Dirceu. Segundo ela, há uma espécie de "impasse diplomático" entre os governos dos Estados Unidos e do Brasil sobre os procedimentos adotados por agentes da Polícia Federal em Nova York durante as investigações. E sem resolver essas pendências nenhuma CPI, na sua avaliação, terá resultados concretos.

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