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Dinheiro recebido é caixa 2 de campanha, diz Jaqueline

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Por Leandro Colon
Atualização:

A deputada federal Jaqueline Roriz (PMN-DF) disse, em nota divulgada hoje, que o dinheiro recebido de Durval Barbosa, delator do esquema de corrupção no Distrito Federal (DF), é caixa dois de campanha eleitoral. "Durante a campanha eleitoral de 2006, estive algumas vezes no escritório do senhor Durval Barbosa, a pedido dele, para receber recursos financeiros para a campanha distrital, que não foram devidamente contabilizados na prestação de contas da campanha", afirmou a deputada. Jaqueline anunciou ainda que vai tirar uma licença médica de cinco dias da Câmara dos Deputados.O vídeo revelado pelo portal do Estadão mostra Jaqueline e seu marido, Manoel Neto, recebendo dinheiro das mãos de Durval Barbosa, ex-secretário de Relações Institucionais do governo do DF. A gravação ocorreu em 2006 durante a campanha de Jaqueline, filha do ex-governador Joaquim Roriz, a deputada distrital. Na semana passada, o procurador-geral Roberto Gurgel solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de inquérito contra a deputada. O caso está nas mãos do ministro Joaquim Barbosa.Gurgel disse hoje que Jaqueline teria recebido outros repasses de Barbosa, além do dinheiro que aparece no vídeo. Segundo Gurgel, Durval disse, em depoimento ao Ministério Público, que os recursos entregues à Jaqueline não ficaram restritos apenas aos que aparecem nas imagens. "Ele (Durval) se referia àquelas imagens e faz referências de que teria havido outros pagamentos", afirmou Gurgel. O procurador-geral disse ainda que o Ministério Público tem poucas dúvidas sobre a origem desses recursos. "Tudo aponta no sentido de que seja ilícita (a origem)", afirmou.De acordo com Gurgel, Durval contou em depoimento que o dinheiro transferido para Jaqueline Roriz foi "uma retribuição para sua campanha eleitoral". "O contexto da Caixa de Pandora de modo geral se relaciona à campanha eleitoral", disse o procurador, referindo-se à operação da Polícia Federal que revelou o esquema do "mensalão do DEM" no Distrito Federal. Segundo Gurgel, o relato de Durval sobre Jaqueline "não é rico em detalhes", por isso será necessário aprofundar as investigações.

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