NOVA YORK - A presidente Dilma Rousseff desembarca nesta segunda-feira em Nova York para abrir, na manhã desta terça-feira, a 68.ª Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), quando apresentará a proposta de uma nova governança na internet, que defina normas e mecanismos para coibir práticas de violação de direitos ou espionagem de quaisquer países.Para Dilma, a ação da Agência Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos trata-se de violação de direitos humanos, não só em relação ao País, mas sobre todos os cidadãos e aos Estados. Antes do discurso de abertura na ONU, tradicionalmente realizado pelo Brasil, a presidente levará ao secretário-geral da organização, Ban Ki-moon, em um encontro reservado, sua indignação em relação à espionagem da NSA e pedirá ação conjunta dos países contra esse tipo de ação.Em seguida, Dilma vai se dirigir ao novo plenário, onde deverá cruzar com o presidente americano, Barack Obama, que vai discursar logo em seguida. Não se sabe se ela vai acompanhar a fala do presidente americano e não há agenda prevista para uma conversa entre os dois, mas espera-se que Dilma e Obama se encontrem, ainda que rapidamente, como decorrência do cancelamento da visita que ela faria a Washington daqui a um mês.Em seu discurso, além de abordar o tema da espionagem, a presidente aproveitará para tratar da questão da Síria. Dilma quer dar seu voto de confiança à solução diplomática proposta pela Rússia de auditar o arsenal químico do regime do presidente Bashar Assad, por meio de inspeções de equipes internacionais.O Brasil deverá voltar a defender a necessidade de reformulação das Nações Unidas, particularmente do Conselho de Segurança, para abrigar as novas forças do mundo. Há anos o País reivindica um assento permanente no órgão. A crise econômica, que ainda traz consequências aos países, também deverá ser abordada pela presidente.Milênio. A agenda de Dilma em Nova York inclui um encontro, amanhã à tarde, sobre desenvolvimento sustentável, quando serão reiterados temas discutidos na Rio+20, em 2011. A intenção é tentar sugerir novas metas a oito temas considerados objetivos do milênio, que se encerram em 2015 e não serão alcançados.Dilma tem agendada, na quarta-feira, a presença no encerramento do seminário Oportunidades em Infraestrutura no Brasil, quando estarão presentes e discursarão o ministro da Fazenda, Guido Mantega, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, e o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel. Na comitiva presidencial está também o ministro das Relações Exteriores, Luiz Figueiredo, que permanecerá em Nova York depois da partida de Dilma, na quarta-feira, para dar prosseguimento a outros encontros agendados - um deles, com o secretário de Estado americano, John Kerry. Na pauta, a espionagem dos EUA ao Brasil.