Dilma vai a SC dar início a obra que está na mira do TCU

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Por Rafael Moraes Moura
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Após cancelar programação em Diadema, na região metropolitana de São Paulo, para não ser confrontada com a insatisfação de professores em greve, a presidente Dilma Rousseff viaja nesta segunda-feira à Laguna, em Santa Catarina, para assinar ordem de serviço da obra de uma ponte que já virou alvo de suspeita de irregularidades pelo Tribunal de Contas da União (TCU) antes mesmo de sair do papel.Orçada em R$ 597 milhões, a Ponte de Cabeçuda vai possibilitar uma nova travessia sobre o Canal das Laranjeiras, localizado entre as lagoas de Santo Antônio dos Anjos e Imaruí. O objetivo é facilitar o escoamento de mercadorias dentro do Estado e no comércio com países do Mercosul.A cerimônia de assinatura da ordem de serviço está prevista para as 15h de segunda-feira, no Terminal Pesqueiro de Laguna, município de 51 mil habitantes administrado pelo petista Célio Antônio. Não há câmpus de universidade federal na cidade.No ano passado, auditoria do TCU realizada na superintendência regional do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) em Santa Catarina, com o objetivo de fiscalizar o edital do projeto, encontrou potencial dano ao erário de R$ 53 milhões tanto no lote de duplicação e restauração dos acessos à ponte quanto no que se refere à construção da própria Cabeçuda. SobrepreçoFoi apontado sobrepreço estimado em R$ 34,8 milhões na contratação de mão de obra e R$ 8,5 milhões na aquisição de areia comercial, em vez de exploração dos areais próximos ao local do empreendimento, por exemplo. A obra da ponte ficará a cargo do consórcio Camargo Correa, M. Martins e Construbase."Isso está sendo estudado, as ponderações do TCU vão ser atendidas e vamos buscar uma redução no custo da obra no valor de R$ 40 milhões", disse ao jornal "O Estado de São Paulo" o superintendente do Dnit em Santa Catarina, João José dos Santos. Segundo ele, a ponte deverá ser inaugurada até 2014.Dilma deverá sobrevoar o Canal das Laranjeiras de helicóptero, antes de discursar no terminal ao lado da ministra Ideli Salvatti (Secretaria de Relações Institucionais) e do governador Raimundo Colombo (PSD). A Prefeitura de Laguna decretou ponto facultativo nas repartições públicas e espera um público de 5 mil pessoas no evento, cinco vezes mais que a expectativa do Planalto.Em 2006, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou o município para a inauguração da ampliação do terminal pesqueiro.A reportagem encontrou ruas desertas neste domingo em Laguna e ouviu reclamações de taxistas sobre o estado das estradas da cidade. Em Florianópolis, muitos adesivos da campanha "Veta, Dilma" foram colados em pilastras, em referência ao Código Florestal - a presidente tem até sexta-feira para decidir sobre o que fazer com o texto aprovado na Câmara.

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