“No Brasil de antes, o subsídio era visto como uma distorção indefensável pro mercado, e nós só fizemos o Minha Casa Minha Vida pelo fato de termos percebido com clareza que a equação entre o valor do imóvel e o salário da população brasileira que sofria com déficit habitacional não fechava, a não ser que o Estado brasileiro aportasse recursos”, disse Dilma, mais uma vez recorrendo à tática de contrapor a gestão petista à do tucano Fernando Henrique Cardoso.
“Todos aqueles que prometerem fazer arranjos ou tomar decisões impopulares, podem ter certeza, alguma delas será cortar alguma parte dos subsídios do Minha Casa Minha Vida. Tenho compromisso com esse subsídio”, afirmou.
De acordo com a presidente, o Palácio do Planalto vai se dedicar a aperfeiçoar o Minha Casa Minha Vida na próxima fase. “Tenho certeza de que vamos ter de equacionar no Minha Casa 3 muitas questões e que vamos depurar o programa, melhorar o programa”, observou, destacando que um dos maiores desafios é a busca de terrenos, principalmente nas grandes cidades.
Presente no evento, o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o empresário Paulo Safady Simão, traçou um cenário pessimista para a economia brasileira.
“Temos uma inflação que ameaça ultrapassar o teto estabelecido, o que é muito preocupante, temos juros novamente em elevação, dificuldade em aportar recursos suficientes e definir modelos que sejam verdadeiramente atraentes e eficientes na transformação da infraestrutura e uma indústria com dificuldades, principalmente em relação aos níveis de produtividade e competitividade”, afirmou.
Antes, afirmou que o Minha Casa Minha Vida é “seguramente o melhor projeto de moradia de interesse social do País” e agradeceu Dilma por ter ouvido e respeitado o setor.
O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), destacou o “espírito verdadeiramente republicano” da relação entre a presidente e o governo local, apesar das rivalidades políticas entre petistas e tucanos.