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Dilma Rousseff passa mal com forte calor em Mato Grosso

Presidenciável seguiu passeata em carro com os vidros fechados, o que confundiu e aborreceu a população

Por Eulália Oliveira
Atualização:

A ex-ministra e candidata a presidente, Dilma Rousseff (PT) passou mal com o forte calor em Rondonópolis, cidade do interior de Mato Grosso, onde cumpriu agenda de campanha nesta quarta (25). Ela não aguentou o sol do meio-dia (temperatura de 35 graus) e no meio do trajeto deixou o Jeep que dividia com o governador Silval Barbosa (PMDB) e os candidatos ao Senado, o ex-governador Blairo Maggi e o deputado federal Carlos Abicalil e entrou em um veículo fechado.

 

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A presidenciável seguiu em um carro com os vidros fechados, fato que confundiu e aborreceu a população que a aguardava nas calçadas. O locutor anunciava a passagem de Dilma, ressaltava a simpatia da candidata, mas para o povo sobrou apenas cartazes, que reforçava o apoio de Lula a sua campanha.

 

Um policial militar que fazia a segurança do ato revelou que a candidata reclamou de queimaduras na pele e do forte calor. Nesse período de seca e queimadas, é comum a população sofrer com insolação e também problemas respiratórios, devido à baixa umidade do ar, que está na casa dos 20%.

 

A carreata, com mais de mil veículos, saiu da entrada do município, passou pela área comercial e encerrou na residência de Maggi, onde foi servido um almoço. A imprensa, assim como no aeroporto, não teve acesso ao espaço, que contou com a presença de políticos, candidatos e empresários locais.

 

No local, segundo convidados, Dilma tomou um banho gelado e passou boa parte do tempo próxima a uma cachoeira artificial construída no fundo da residência. Aos convidados foi servido um peixe natural da região, o Dourado, desossado e recheado, arroz branco acompanhados de salada tricolor.

 

Com dois palanques em Mato Grosso, Dilma dá preferência a candidato do PMDB

 

Assim como no estado de São Paulo (Paulo Skaf e Aloizio Mercadante), em Mato Grosso a candidata Dilma Rousseff também tem dois palanques: o do PMDB com candidato a reeleição Silval Barbosa e o PSB do industrial Mauro Mendes. Indagada sobre a questão, durante visita a Rondonópolis, a presidenciável preferiu não gerar polêmica e resumiu dizendo que vai apoiar quem a apoia. "Eu apoio quem me apoia. Agora sobre essa situação quem define é a minha coordenação de campanha", esquivou.

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Dilma cumpriu agenda das 10h às 17h ao lado do candidato peemedebista e, à chapa ligada ao deputado federal Ciro Gomes, ela dedicou apenas 20 minutos, em uma breve conversa no saguão do aeroporto de Várzea Grande, Marechal Rondon.

 

Tentando reverter a situação, o deputado federal Valtenir Pereira, presidente regional do PSB, veio à Rondonópolis, mas não conseguiu mudar a agenda da candidata. Segundo o parlamentar, "o partido sacrificou sua joia mais valiosa em prol a campanha de Dilma, a candidatura de Ciro Gomes. Essa é a maior manifestação pública e explícita de que o PSB é Dilma. Por isso esperamos uma resposta dela", cobrou o parlamentar.

 

Para o governador Silval Barbosa a presença de Dilma no Estado é uma espécie de retribuição àqueles que a apoiaram desde o início, no tempo em que a petista estava em baixa nas pesquisas atrás do candidato tucano, José Serra. Silva classificou como oportunismo a tentativa de outros candidatos em posar ao lado da ex-ministra nesse momento.

 

"Vocês estão vendo quem está ao lado da Dilma. Quem faz campanha e trabalha por ela é o nosso grupo político. Agora é fácil alguns quererem estar ao lado da nossa presidente sem ter se dedicado. Mas a decisão é dela", externou o candidato a reeleição.

 

"Te espero lá"

 

Uma das poucas falas da candidata a presidente em Rondonópolis foi uma resposta ao grito de um eleitor. Em meio a dezenas de pessoas que a aguardavam no aeroporto Maestro Marinho Franco um jovem gritou: "Dilma, você será a nossa presidente e eu quero assistir sua posse". Ouvindo o incentivo, a petista respondeu de pronto com um largo sorriso no rosto: "Você vai. Te espero lá". Esse foi o único contato direto de Dilma com os eleitores, que se espremiam atrás de uma grade por buscando a atenção da candidata.

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