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Dilma ouve aliados sobre formação de novo ministério

Antes de embarcar para descanso na Bahia, presidente eleita avisou que conversará com base aliada sobre equipe

Foto do author Vera Rosa
Por Vera Rosa e Tania Monteiro
Atualização:

A presidente Dilma Rousseff abriu nesta quarta-feira a temporada de conversas com partidos da base de sustentação no Congresso sobre a reforma política e acenou para a montagem do Ministério no segundo mandato. Antes de embarcar para a Base Naval de Aratu, na Bahia, Dilma se reuniu com dirigentes do PP, no Palácio do Planalto, e depois do PR, no Alvorada. Ela avisou que, quando retornar da viagem de descanso, ouvirá todos os aliados para compor a nova equipe. O PR dirige há tempos o Ministério dos Transportes, mas a ideia de Dilma é acabar com os "feudos", mudando os partidos de lugar na Esplanada. De qualquer forma, no comando ou não de Transportes, o PR quer que o senador Antônio Carlos Rodrigues (SP) vire ministro. Se isso não ocorrer, Antônio Carlos terá de retornar à Câmara Municipal de São Paulo. A dança das cadeiras é esperada porque o senador exerce o mandato como suplente de Marta Suplicy, hoje ministra da Cultura. Já se sabe, porém, que Marta deixará o ministério e voltará para o Senado. "Goleiro reserva se contenta com o que tem", disse Rodrigues ao Estado. "Sair do Senado é um risco que corro, mas em São Paulo sou titular absoluto e volto com a camisa 10", brincou, numa referência a seu mandato de vereador. O PP do senador Ciro Nogueira (PI), por sua vez, pode ser transferido do Ministério das Cidades, pasta cobiçada pelo PSD do ex-prefeito Gilberto Kassab, mas ninguém arrisca um palpite sobre o seu destino. Em conversas reservadas, deputados do PP dizem que o partido está disposto a brigar por essa vaga.Tarso. O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), que não foi reeleito, tem chance de voltar à Esplanada dos Ministérios. Tarso já foi ministro da Justiça, da Educação e comandou o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social no governo Lula. Dilma, agora, estuda qual a melhor cadeira para acomodar Tarso. Ela avalia que o governador gaúcho pode colaborar com a reforma política, pois, quando era ministro, coordenou um time de notáveis que apresentou várias propostas sobre o assunto.Para Dilma, a reforma não necessariamente deve ser precedida por um plebiscito, podendo ser endossada por um referendo popular. "Haverá um grande diálogo no Congresso sobre esse tema e vamos caminhar juntos", argumentou ovice-presidente Michel Temer, que na terça-feira também conversou com Dilma sobre o tema. Depois de ficar unicamente dedicada à campanha da reeleição, a presidente voltou a despachar em seu gabinete nesta quarta-feira, após quarenta dias longe do Palácio do Planalto. O último dia em que Dilma havia estado no Planalto foi 19 de setembro, quando ela recebeu atletas olímpicos e paraolímpicos, vencedores de jogos na China e na Rússia.

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