Dilma muda foco de avaliação de programa habitacional

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Por Elder Ogliari
Atualização:

A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, disse que "não é a forma correta de abordar o tema" considerar como "desfavorável ao governo" o dado de que apenas uma fatia de 1,2% dos 240,5 mil imóveis do Programa Minha Casa, Minha Vida destinados à população com renda de zero a três salários mínimos está concluída.O comentário foi feito durante entrevista à imprensa na sede do PDT, em Porto Alegre, nesta sexta-feira, a pedido dos repórteres que queriam repercutir uma matéria publicada pelo jornal Folha de São Paulo, na qual também está indicado que 93% dos imóveis para a mesma faixa da população já foram iniciados.Dilma destacou que tanto a Caixa Econômica Federal, quanto as prefeituras e os empresários da construção civil sabem que a etapa mais demorada do programa é exatamente a da contratação, porque envolve a busca de terrenos já escassos nas regiões metropolitanas, elaboração e aprovação dos projetos pelas prefeituras, licenciamento ambiental e formalização do acordo.A ex-ministra-chefe da Casa Civil destacou que depois do contrato assinado, a obra pode andar a toque de caixa. "Tem vários métodos que encurtam muito o tempo construtivo", complementou. Dilma também elogiou os empresários e operários da construção civil, que, quando do lançamento do programa, em março do ano passado, informaram que não conseguiriam fazer mais do que 200 mil casas e, desafiados pelo governo, se habilitaram a multiplicar os números. A candidata previu que em pouco tempo o programa vai chegar a um milhão de contratações. "Daqui para a frente se acelera e vai ter muita coisa entregue também".Dilma disse não saber porque a Caixa não esclareceu a questão imediatamente. "Se não mostrou está errado, tinha de mostrar, porque a Caixa tem dos melhores desempenhos dos últimos anos em matéria de habitação", avaliou. "É só comparar o que se investia em habitação em 2002 e o que se investe hoje", sugeriu, alfinetando o governo do tucano Fernando Henrique Cardoso, antecessor de Luiz Inácio Lula da Silva. "Pergunta para a construção civil se algum dia tivemos o desempenho que estamos tendo".

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