Dilma lamenta decisão do TSE após ser multada por propaganda antecipada

Corte aplicou uma multa de R$ 5 mil a ex-ministra por causa do programa partidário do PT

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Por Vera Rosa
Atualização:

BRASÍLIA - A pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, disse nesta sexta-feira, 14, lamentar a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que na noite de ontem decidiu multar o partido e ela própria por propaganda eleitoral antecipada.

 

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"Lamento que tenha sido entendido assim. A gente não quis cometer nenhum ato incorreto", afirmou Dilma, pouco antes de assistir à Missa de Solidariedade com os Excluídos, no Santuário Nossa Senhora de Fátima, em Brasília.

 

Na noite de quinta-feira, 13, o TSE decidiu que o PT perdeu o direito de transmitir o programa partidário no primeiro semestre de 2011 e terá de pagar multa de R$ 20 mil por propaganda eleitoral antecipada. Dilma também foi punida com multa de R$ 5 mil. As punições se referem ao programa de TV do PT exibido em dezembro passado, e não ao de ontem. A oposição promete agora entrar com outra representação contra o PT na Justiça Eleitoral.

 

Logo depois da missa, que faz parte da programação do 16.º Congresso Eucarístico Nacional, Dilma voltou a falar sobre o assunto. Questionada por repórteres, a pré-candidata petista afirmou que o PT vai "olhar direito o que está acontecendo" por não considerar que seus programas estejam afrontando a Lei Eleitoral. "A gente não discute com o Judiciário de maneira alguma", insistiu.

 

Mandela

 

Dilma também disse que a comparação de sua trajetória com a de Nelson Mandela - líder sul-africano que lutou contra o apartheid - no programa do PT transmitido ontem à noite, foi decidida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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A inclusão do tema abordando a resistência à ditadura no programa de TV do PT, faz parte da estratégia traçada pelo comando da campanha petista para se defender antecipadamente dos ataques de adversários. Motivo: a oposição critica a participação de Dilma em grupos de esquerda que pregavam a luta armada, nos anos 60.

 

"O presidente queria destacar duas características similares das ditaduras: elas deixam pouca opção para as pessoas. Então, quando você de fato quer combater as ditaduras, você não tem muitas opções e recorre aos meios de que dispõe naquele momento", afirmou Dilma. Indagada se considerava legítima a comparação de sua biografia com a de Mandela, a pré-candidata do PT respondeu de pronto: "Se você for olhar o tempo de prisão, não. Ele ficou 27 anos e eu fiquei 3 anos e meio. Mas o sentido não é esse." Dilma disse que a campanha petista quis destacar "o que se faz" diante das ditaduras.

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