PUBLICIDADE

Dilma falta ao jantar de abertura da reunião de cúpula da Unasul

Presidente eleita não deverá expor-se, em princípio, a viagens internacionais antes de sua posse, com exceção à reunião da cúpula do Mercosul

Por Denise Chrispim Marin
Atualização:

GEORGETOWN - A presidente eleita, Dilma Rousseff, decidiu não participar do jantar de abertura da reunião de cúpula da União de Nações Sul-americanas, na noite de desta quinta-feira, 24. A expectativa de sua vinda fora alimentada pela informação de sua assessoria de imprensa, na última quarta-feira, de que Dilma acompanharia o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O momento era visto pela diplomacia brasileira como altamente adequado para sua apresentação, sem preferências, aos líderes da região.

 

PUBLICIDADE

Porém, a assessoria de Dilma voltou a descartar sua presença no encontro em Georgetown na noite da mesma quarta-feira, sob o argumento de que a presidente eleita estaria concentrada na formação do núcleo duro de seu governo. Ontem, várias delegações foram tomadas de surpresa. Diplomatas argentinos e uruguaios tentaram minimizar o impacto dessa ausência alegando que não faltará oportunidades para encontros formais, depois da posse, em 1º de janeiro.

 

Cauteloso, o chanceler boliviano, David Choquehuanca, afirmou ao Estado que teria sido benéfica a presença de Dilma, mas que os presidentes têm suas agendas internas a cumprir e, muitas vezes, não a podem postergar. O presidente da Bolívia, Evo Morales, não estará na reunião de cúpula de hoje porque operou um joelho e está em repouso.

 

Dilma Rousseff, em princípio, não deverá expor-se a viagens internacionais neste período anterior a sua posse, marcada para 1º de janeiro. A exceção prevista é a reunião de cúpula do Mercosul, em Foz de Iguaçu, em 17 de dezembro. Várias delegações apontaram ontem sua intenção de vê-la na Cúpula Iberoamericana, na semana que vem em Mar Del Plata (Argentina). Mas, nem mesmo o presidente Lula deverá comparecer a esse encontro.

 

A assessoria de imprensa já anunciou que ela tampouco visitará o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em Washington. Obama a havia convidado no dia seguinte à sua eleição, quando telefonou para cumprimentá-la. A diplomacia americana reiterou sua intenção de promover esse encontro em outras ocasiões desde então. Segundo Choquehuanca, essa reação de Dilma foi "audaz". "Nossos líderes têm de ser audazes. A falta de audácia de Obama provocou sua derrota na eleição (para o Congresso, em 2 de novembro) e o deixou debilitado", afirmou o chanceler boliviano.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.