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Dilma é blindada em cerimônia de 7 de setembro

Esquema foi montado para evitar que presidente visse os protestos, que costumam acontecer na data

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Por Redação
Atualização:

A presidente Dilma Rousseff ficou completamente blindada durante o desfile da Independência, na Esplanada dos Ministérios. O esquema foi cuidadosamente montado para impedir que Dilma fosse vaiada ou faixas de protesto pudessem ser vistas por ela. O temor era principalmente que funcionários da Polícia Federal e da Receita Federal, que ainda estão em greve, conseguissem furar o bloqueio e chegassem perto do palanque presidencial, a exemplo do que houve no ano passado.

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Desde a madrugada desta sexta-feira, seguranças da Presidência da República ocupavam e protegiam as arquibancadas montadas para o desfile, particularmente as que ficavam nas proximidades do palanque, para que não houvesse constrangimentos para a presidente. Vaias, desta vez, só para o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), quando seu nome foi anunciado pelos microfones. "Vaias? Que vaias? Não ouvi", desconversou ele, ao final do desfile.

A Presidência da República encomendou ainda que fossem colocados tapumes em toda a extensão da Esplanada, para que os protestos, que normalmente ocorrem na pista contrária ao desfile, não pudessem ser vistos ou ouvidos. Esta blindagem a Dilma, comandada pelo Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI), impediu que a população pudesse chegar perto dos palanques que, em sua maioria, estavam ocupados por servidores do Palácio do Planalto e seus familiares. Os convites foram restritos e as exigências para quem os receberia fizeram com que as arquibancadas, próximas ao palanque presidencial, não lotassem.

Dilma Rousseff chegou cedo ao local, em carro aberto, e às 9h13, o desfile já estava autorizado para começar. A filha Paula chegou pouco antes acompanhada do marido, Rafael, e do filho, Gabriel, de quase dois anos. Mas, ao contrário do ano passado, quando chegou a brincar com a faixa presidencial, desta vez, Gabriel sequer foi para o colo da avó e permaneceu por pouco tempo no palanque.

A determinação da presidente de reduzir o tempo do desfile foi atendido, mas, mesmo assim, passou da hora prevista. Dilma mostrou-se impaciente muitas vezes, por causa de longos intervalos que ocorreram entre uma apresentação e outra. Inúmeras vezes ela foi flagrada esticando o pescoço para ver se conseguia enxergar, longe, a próxima atração do desfile. Um dos longos intervalos chegou a oito minutos.

Desta vez, Dilma sequer esperou o início da apresentação da esquadrilha da Fumaça, deixando o local antes que os aviões aparecessem. Às 11h05 já estava deixando a Esplanada. Dezessete ministros acompanharam o desfile ao seu lado, além do presidente da Câmara, Marco Maia, e do presidente do Supremo, Carlos Ayres Britto. O ministro Ricardo Lewandowski, revisor do processo do mensalão, no STF, também estava no palanque presidencial.

Protestos. Em um das primeiras arquibancadas na Esplanada, próximo ao Ministério do Planejamento, bem longe de onde estava a presidente Dilma, representantes do Sindicato dos Policiais Federais conseguiram ocupar o local para protestar. Além de gritar palavras de ordem contra o governo, os policiais federais vaiaram seus colegas que passaram desfilando. Este ano, o número de representantes da PF no desfile foi muito reduzido e passaram apenas de carro. 3

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Os policiais federais é que normalmente participam do desfile a pé, mas grande parte deles está em greve. Este ano, o desfile militar em muitos momentos foi intercalado com desfile dos civis e pela primeira vez se apresentou o Pelotão Brasil, integrado por militares da reserva.

A já tradicional Marcha contra a Corrupção reuniu cerca de 8 mil pessoas na Esplanada dos Ministérios. O movimento - liderado por estudantes de Brasília - começou logo após o desfile de 7 de setembro. Com faixas e cartazes, os manifestantes pediam o fim do voto secreto e uma "faxina" no Congresso. O governador Agnelo Queiroz (PT-DF), vaiado durante a cerimônia oficial, também foi alvo do protestos. No ano passado, no auge da "faxina", o ato reuniu aproximadamente 30 mil pessoas.

Durante a cerimônia oficial, duas ativistas do grupo Femen foram detidas. Sem blusa, as mulheres conseguiram driblar a segurança e defenderam direitos das mulheres. De acordo com a PM, as duas foram levadas para a 5ª Delegacia de Polícia de Brasília.

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