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Dilma é alvo preferencial no debate da TV Record

Por Elizabeth Lopes , Carla Araujo e ANA FERNANDES E DANIEL GALVÃO
Atualização:

A uma semana do primeiro turno das eleições, a líder nas pesquisas de intenção de voto, a presidente e candidata à reeleição pelo PT, Dilma Rousseff, foi o alvo preferencial dos ataques no debate realizado ontem na TV Record com sete candidatos que pleiteiam a Presidência da República. Nervosa, a presidente, que trajava um blazer vermelho, não sorriu uma única vez e chegou a insistir por três vezes, no primeiro bloco do embate, nos pedidos de direito de resposta. Apenas quando foi citada nominalmente é que a direção da emissora lhe concedeu 30 segundos para se defender.Mesmo tendo usado o direito de resposta, Dilma aproveitou o início do segundo bloco para continuar defendendo a sua gestão, dizendo que foi a governante que mais combateu a corrupção no País. No final do debate, em entrevista coletiva concedida, a presidente e candidata à reeleição pelo PT disse que foi o "centro do debate" e criticou as regras do evento, reclamando do pouco tempo concedido para que os candidatos pudessem expor as suas ideias.O primeiro embate entre Dilma e a segunda colocada nas pesquisas de intenção de voto, Marina Silva, se deu no início do primeiro bloco, quando a petista perguntou qual foi o voto de Marina com relação à CPMF, já que ela havia mudado quatro vezes de partido em três anos. Marina disse que mudou de partido para não mudar de ideais e de princípios e frisou: "Votei favorável (na questão da CPMF), sim. Eu e o senador Eduardo Suplicy. Tenho total coerência com as posições que defendo e foi por isso que disse que não faço oposição por oposição. Sei o que é melhor para o Brasil." Na réplica, Dilma ironizou dizendo que estava estarrecida porque ela não se lembrava de ter votado quatro vezes contra essa contribuição. "Não acredito que a senhora não se lembre que votou 4 vezes contra a CPMF."Já o candidato do PSDB, Aécio Neves, ao contrário do que esperavam alguns de seus correligionários, não dirigiu suas baterias contra Marina Silva, que no momento é seu maior empecilho para disputar o segundo turno dessas eleições, e preferiu dirigir suas maiores críticas contra Dilma e o escândalo na Petrobras. Antes da morte do ex-governador Eduardo Campos, Aécio estava em segundo lugar nas pesquisas e era o mais cotado a disputar com Dilma a segunda fase da eleição presidencial. Com a morte de Campos e a entrada de Marina Silva como cabeça de chapa do PSB, a ex-senadora ultrapassou Aécio nas pesquisas e hoje é a mais cotada para enfrentar a petista no segundo turno.O debate foi marcado também pela falta de resposta dos candidatos às perguntas que lhes foram feitas. No início do embate, por exemplo, Dilma Rousseff não respondeu diretamente a questão da candidata do PSOL, Luciana Genro, sobre se manteria o fator previdenciário, e preferiu dizer o que o governo petista fez para os aposentados. Em outro bloco, a petista foi criticada por Aécio Neves, que falou da "perplexidade" de diplomatas e de "alguns brasileiros" que sua atitude de propor diálogo com o grupo jihadista Estado Islâmico causou. Dilma ignorou as críticas do tucano sobre seu discurso na ONU. E defendeu a atuação de seu governo na área da segurança.Os candidatos menos pontuados, os nanicos, que participaram do debate, Pastor Everaldo (PSC), Luciana Genro (PSOL), Levy Fidelix (PRTB) e Eduardo Jorge (PV) protagonizaram os momentos mais hilários. Eduardo Jorge brincou ao dizer que não sabia para quem iria dirigir as perguntas, se "para a direita ou para a esquerda". Teve até um momento de constrangimento, quando Fidelix falou que é contra a união homoafetiva e exemplificou, dizendo que aparelho excretor não reproduz e que os homossexuais precisam de atendimento psicológico "bem longe da gente". Antes do dia 5 de outubro, quando ocorre o primeiro turno da eleição, os candidatos se enfrentam mais uma vez, no debate da Rede Globo, que ocorre na quinta-feira (2).

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