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Dilma diz que vazamento é crime e anuncia investigação

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Por Redação
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A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, classificou de crime o vazamento de informações de gastos sigilosos da presidência de Fernando Henrique Cardoso e anunciou duas medidas para chegar ao responsável: uma auditoria técnica nos computadores usados no processo e a avaliação com o Ministério da Justiça de uma investigação do vazamento. "Estamos empenhados em fiscalizar o que aconteceu aqui na Casa Civil. Achamos que existe uma tentativa clara de dolo e vamos fazer um processo de investigação rigoroso", disse Dilma em entrevista coletiva nesta sexta-feira. A ministra pediu auditoria nos computadores da Casa Civil ao Instituto de Tecnologia da Informação, responsável pela certificação e segurança de dados de todo o país. "Queremos uma avaliação bem clara, técnica, de tudo que tem nos computadores que estavam sendo usados no processo. Seja no nosso período seja no período anterior", acrescentou. Dilma negou que o governo tenha vazado as informações e disse que o único crime que ocorreu no caso da divulgação de dados sobre o período de FHC na Presidência foi o vazamento. "É crime sim, vazar dados sigilosos. E é crime também entrar em um computador da Casa Civil e utilizar informações ou manipulá-las. Aqui passam informações que são muito significativas e que podem levar a prejuízos ou até ganhos para pessoas", afirmou a ministra, que disse que vai conversar com o ministro da Justiça, Tarso Genro, para definir se a Polícia Federal participará das investigações. "FARISAÍSMO" Dilma reiterou que a polêmica sobre os gastos com cartões corporativos é uma "escandalização do nada" e que serve apenas a quem a armou, que teria caído "na própria armadilha". "Fizeram escarcéu com alguns dados como se tivesse informação oculta em gastos de transporte, alimentação e hospedagem. Agora inventam um dossiê e uma manipulação." Dilma tomou como exemplo a compra de carnes finas e disse que seria estranho um presidente da República não ter um certo padrão de consumo. "É de uma falsa moral, de um farisaísmo a toda prova supor isso. Compromete padrões democráticos mínimos. A quem interessa colocar problema onde não tem? Para mim, a todos aqueles bastante incomodados com a situação otimista e positiva que o país passa", disse Dilma. A ministra questionou a legitimidade de documento publicado pelo jornal Folha de S. Paulo por conter uma coluna de observações que não existiria nas planilhas feitas pela Casa Civil. Dilma observou que o fac-símile que lhe foi encaminhado pelo jornal na noite de quinta-feira tinha a parte relativa ao horário rasurada e ao ser publicado não estava rasurada. "O que estou provando é o que qualquer um pode fazer (adulterações). Entre ontem à noite e hoje de manhã ela (planilha) modificou-se", disse Dilma. (Texto de Maurício Savarese)

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