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Dilma diz que polarização da campanha com PSDB 'é inexorável'

"Poderemos confrontar os dois projetos e ver o que foi feito de 2003 até agora e o que foi feito anteriormente"

Por Eliana Lima e da Agência Estado
Atualização:

A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, admitiu nesta sexta-feira, 09, em Salvador, a hipótese de polarização na campanha pela presidência da República, em 2010, entre o PT e o PSDB. "Isso é inexorável", disse. Dilma afirmou que o povo poderá optar entre dois projetos: o do presidente Lula, que segundo ela, vem promovendo uma profunda transformação no País, e o que tinha antes. "Poderemos confrontar os dois projetos. E só ver o que foi feito de 2003 até agora e o que foi feito anteriormente", comparou.

 

Indagada sobre uma eventual candidatura à presidência da senadora Marina Silva, que recentemente deixou o PT para filiar-se ao PV, ela foi enfática: "Marina não é mais uma pessoa que represente o projeto do presidente Lula. Mas, ela representa um projeto e como tal devemos considerar".

 

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Dilma Rousseff reconheceu a divisão da base do presidente Lula, na Bahia, o que proporcionará dois palanques no Estado ao candidato do governo, um do PT e outro do PMDB. Entretanto, a ministra defendeu a preservação da unidade em nível nacional. "Se for possível, o importante é ter a base unida", disse, no município de Feira de Santana, a 110km da capital, onde participou da assinatura do termo de concessão das BRs-324 e 116 à iniciativa privada.

 

Dilma não quis se aprofundar sobre as últimas pesquisas de opinião que apontam o favoritismo do provável principal adversário, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB). "É difícil uma definição agora. Acho que pesquisa é o retrato do momento. Eu não vou brigar com os números", afirmou, lembrando um fato do passado. "Já houve quem disse que ia se eleger antes, até sentou na cadeira e perdeu a eleição", espetou. A ministra referia-se ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, uma das principais lideranças tucanas, que, numa disputa pela prefeitura de São Paulo, com o também ex-presidente Jânio Quadros, em 1982, chegou a sentar-se na cadeira de prefeito, durante uma visita ao Executivo municipal, amparado pelo bom desempenho que vinha apresentando nas pesquisas de opinião. Saiu derrotado.

 

Afirmando não estar em campanha porque ainda não houve a indicação do partido, ela alegou que a extensa agenda que cumpre na Bahia, até a manhã deste sábado (10) é oficial. No entanto, os discursos dela e do governador Jaques Wagner enalteciam os feitos da administração petista e sinalizavam a necessidade da continuidade do projeto político petista.

 

"Tenho a honra de participar do governo de um grande líder de reconhecimento internacional, que trouxe o futuro que nunca chegava, e agora é presente", disse. Em outro ponto afirmou que o presidente tem dentro de si um compromisso com o povo nordestino e observou que foram os pobres que contribuíram para que o País saísse da crise financeira em tempo recorde, por terem assegurado o consumo.

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Dilma finalizou dizendo: "Sou feliz por poder contribuir com o esforço do governo e espero que possamos contribuir muito mais, juntos. Vamos em frente".

 

No mesmo tom, Jaques Wagner afirmou: "a senhora é muito importante no presente e será ainda mais num futuro próximo. Continuaremos construindo o projeto político capitaneado por Lula, que está mudando a face do Brasil".

 

Dilma vestiu branco e subiu a Colina Sagrada

 

Antes de seguir para Feira de Santana, a ministra, assumindo a baianidade, vestiu branco, a cor da preferência dos baianos na sexta-feira e subiu a Colina Sagrada, para assistir a uma missa em ação de graças pela cura do câncer linfático que a acometeu, na Igreja do Senhor do Bonfim. Antes de entrar na igreja, porém, ela cumpriu outro ritual típico do sincretismo baiano, tomou banho de folha pelas mãos de pais e mães de santo. Dilma Rousseff foi abençoada dentro e fora do templo.

 

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Ao deixar o local, ela, esbanjando simpatia e descontração, atendeu a populares, posou para fotos, abraçou ambulantes e beijou crianças. "Acredito na fé dos homens, mas acho que a religião é um dos motores capazes de expor o que há de melhor dentro das pessoas", declarou.

 

A ministra ainda abraçou idosos e doentes no Hospital Santo Antonio, que integra as Obras Assistenciais de Irmã Dulce, visitou o santuário e o túmulo da freira. À tarde, ela participou do encerramento da Caravana Estadual de Erradicação do Trabalho Infantil em Cipó, a cerca de 250 quilômetros da capital. Na manhã do sábado, ela visita obras financiadas pelo Programa de Aceleração do Crescimento, em Salvador.

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