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Dilma diz que Brasil está pronto para ter presidente mulher

No Senado, ministra diz que 'Brasil está preparado para ter mulher presidente e as mulheres estão preparadas'

Foto do author Leonencio Nossa
Por Leonencio Nossa e da Agência Estado
Atualização:

Uma sessão festiva do Congresso em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, que teve como estrela a ministra da Casa Civil e pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, virou uma solenidade em defesa de uma candidatura feminina nas eleições presidenciais de outubro e de repúdio a declarações consideradas machistas dos jogadores do Flamengo Adriano e Bruno.

 

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Na solenidade realizada nesta terça-feira, 9, Dilma ouviu parlamentares defenderem a candidatura de uma mulher e se queixarem que o atacante Adriano bateu na namorada Joana Machado. As parlamentares também reclamaram que o goleiro Bruno saiu em defesa do colega de time. "Adriano e Bruno, não façam mais isso", disse a senadora Serys Slhessarenko (PT-MT), sem cobrar a punição do agressor.

 

Em discurso, Dilma evitou a polêmica envolvendo os flamenguistas e aproveitou para expor, de forma discreta, sua plataforma de campanha para o eleitorado feminino. A ministra avaliou que as mulheres são aptas a assumir postos importantes no jogo político e na administração pública porque são "sensíveis", "práticas" e "sensatas". "Elas são fortes e não se curvam à dor, são corajosas", afirmou. "Sempre me perguntam se uma mulher está preparada para assumir a Presidência da República", disse. "Eu respondo que o Brasil está preparado para ter uma mulher presidente e as mulheres estão preparadas."

 

Sentada à mesa ao lado do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), Dilma informou que o governo incluirá no PAC 2, que será lançado dia 29, a meta de construir seis mil creches nos próximos três anos. A ministra reconheceu que as 1.788 creches construídas pelo atual governo não atendem a grande demanda.

 

Ela defendeu maior atenção às mulheres grávidas. "A maternidade é usada para desqualificar a mulher", disse. "Devemos proteger as mulheres grávidas e seus filhos", completou. No momento, está em tramitação na Câmara Proposta de Emenda Constitucional que torna obrigatória a licença maternidade de seis meses. Ao comentar sobre a violência contra mulheres, Dilma disse que o governo não estuda qualquer alteração na Lei Maria da Penha, que prevê punições para agressores de mulheres.

 

Marina

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A senadora e pré-candidata do PV à Presidência, Marina Silva (AC), presente na sessão, se sentou numa das últimas fileiras do plenário. Só depois que Dilma se retirou, Marina subiu à tribuna para discursar. Marina falou sobre sua trajetória política e se queixou do PT. "A razão pela qual saí do partido foi a mesma pela qual fiquei nele durante 30 anos: a defesa da minha causa", disse. "A minha causa é a defesa de uma sociedade culturalmente mais diversa, politicamente mais democrática e socialmente mais justa."

 

A sessão do Congresso também homenageou a cantora Leci Brandão, a psiquiatra Maria Augusta Tibiriça Miranda, a prefeita de Salgueiro (PE), Cleuza do Nascimento, a advogada Andréa Maciel Pachá, a engenheira Clara Steinberg, a ex-secretária municipal da Criança de Curitiba Fani Lerner (falecida) e a criadora da Fundação de Promoção Social de Mato Grosso, Maria Lygia de Borges.

 

Texto alterado às 16h14 para correção do nome de Clara Steinberg

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