
17 de dezembro de 2015 | 21h04
A presidente Dilma Rousseff indicou nesta quinta-feira, 17, em reunião com movimentos sociais e artistas no Palácio do Planalto, que vai “adotar medidas no âmbito cambial e fiscal” para compensar os efeitos negativos do ajuste financeiro feito pelo governo. Os líderes dos movimentos, que ontem foram às ruas para defender o mandato de Dilma e pedir a saída do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, interpretaram a fala como um sinal de mudanças na política econômica a partir do ano que vem.
No encontro, Dilma ouviu pedidos de alteração na condução da economia por parte de João Pedro Stédile, do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), e Nalu Faria, da Marcha Mundial das Mulheres. O presidente da Fundação Perseu Abramo, Marcio Pochmann, também levou à presidente o documento “Por um Brasil Justo e Democrático”, lançado em setembro, que cobra medidas como redução da taxa de juros, criação de bandas para a meta fiscal e mecanismos de regulação do câmbio.
Dilma não especificou quais seriam as medidas que pretende adotar mas afirmou setar “ciente” de que é possível adotar ações para um “reequilíbrio” econômico. Além da economia, os participantes do encontro pediram à Dilma a retirada do projeto que cria a Lei Antiterrorismo, de autoria do governo, e dificulta o aborto legal em casos de estupro, do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Segundo relatos, Dilma disse que vai reavaliar “com carinho” a Lei Antiterrorismo e afirmou que é contra o projeto de Cunha.
Diante das críticas, Dilma tentou explicar o ajuste fiscal, colocou a culpa na “maior crise da história do capitalismo” e reafirmou que suas prioridades são a manutenção do emprego e renda.
Segundo relatos, a presidente estava “muito animada” e demonstrou agradecimento pelo empenho dos movimentos nas manifestações contra o impeachment. “Agradeço imensamente as fortes manifestações de ontem em apreço pela democracia r quero pedir mais apoio para impedirmos o golpe”, disse Dilma, conforme participantes da reunião.
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.