07 de outubro de 2009 | 10h07
A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, fez um apelo na noite da última terça-feira (6) por uma candidatura única da base aliada do governo para a eleição presidencial de 2010. Em entrevista à porta de sua residência, onde recebeu a cúpula do PDT, ela disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva precisa fazer o sucessor. "O governo tem de ter uma continuidade", afirmou a ministra, indicada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para concorrer ao Palácio do Planalto. "Não são dois candidatos. Vai ser um candidato que vai representar o governo." O ex-ministro Ciro Gomes (PSB), cujo partido integra a base aliada do Planalto, também ensaia sua candidatura à presidência e tem negociado com setores do PDT a formação de uma chapa.
Ao lado de Dilma, o presidente do PDT e ministro do Trabalho, Carlos Lupi, e o deputado Paulo Pereira da Silva (SP) disseram que a candidata única deve ser Dilma. Em busca de apoio, a candidata preferida de Lula fez afagos no partido, ao qual era filiada antes de entrar no governo: ela defendeu o debate sobre a jornada de 40 horas semanais, uma bandeira dos pedetistas.
Na entrevista, Dilma tomou o cuidado de não se colocar como possível candidata única. Concordou, no entanto, com a avaliação de Lupi de que a disputa pela presidência precisa ser um plebiscito sobre a performance do governo Lula. "Acho que é muito importante para o governo do presidente Lula ter continuidade, seja quem seja o candidato", disse ela. "É um projeto que foi muito importante para o Brasil. O Brasil de 2010 é muito diferente do Brasil de 2003."
Dilma afirmou que Lula estabilizou a economia e tirou mais de 30 milhões de pessoas da pobreza. "O Brasil não pode voltar atrás. Por isso, acho que o governo tem de fazer o sucessor", disse a ministra. Ela disse que partidos como o PDT são aliados importantes no processo eleitoral do próximo ano.
"Sem sombra de dúvidas, o governo espera que, seja quem seja o candidato à presidência, a base siga tendo uma unidade nessa disputa de 2010."
Ela contou que recebeu do deputado Paulo Pereira da Silva uma camiseta com o slogan da campanha pela jornada de 40 horas semanais. A uma pergunta se irá propor essa jornada, caso seja eleita, a ministra disse que todas as forças políticas precisam discutir o assunto.
"Consideramos que essa questão deve ser discutida", disse. "Vou ser cuidadosa, porque estou falando em nome do governo." Carlos Lupi fez elogios a Dilma e deixou claro que a ideia de setores do partido de exigir a vice-presidência na chapa da ministra já foi deixada de lado. "O governo tem de ter uma candidatura única, inclusive para dar oportunidade à população de saber que, do outro lado, tem a oposição, representada pelo Serra e pelo Aécio", disse, referindo-se aos governadores tucanos de São Paulo, José Serra, e de Minas, Aécio Neves. "A Dilma representa hoje essa candidatura única da base do governo."
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