PUBLICIDADE

Dilma: dados de jornal não estão no banco da Casa Civil

PUBLICIDADE

Por FABIO GRANER E RENATA VERÍSSIMO
Atualização:

A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, descartou a existência de um dossiê sobre gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e disse que a coluna de dados apresentada hoje em reportagem do jornal Folha de S.Paulo sequer existe no sistema da pasta. Além disso, ela afirmou que o ordenamento das informações apresentadas no jornal é diferente do ordenamento que consta no banco de dados do ministério. Durante a entrevista, em Brasília, ela disse que um computador da Casa Civil pode ter sido invadido, o que explicaria o vazamento de dados do suposto dossiê. "Isso está parecendo história de agente secreto com crachá", afirmou ela, insinuando que se o documento não havia sido adulterado, como ela mesma deu a entender no início da entrevista, as imagens com os dados sigilosos poderiam ter sido feitas por alguém com acesso ao computador do ministério, mas que teria deixado uma marca desse acesso, como uma assinatura. A ministra negou que a Casa Civil esteja mudando de posição ao longo do tempo. "Nossa posição é única e clara: foi feito (um banco de dados) porque é obrigação nossa organizar os dados existentes", disse Dilma, destacando que o melhor meio para dar transparência é utilizar a tecnologia da informação. Ela afirmou ainda que o ministério fez esse banco de dados das chamadas contas tipo B privilegiando, em primeiro lugar, as das despesas feitas a partir de 2003. Complexidade Segundo ela, a elaboração desse banco é complexa porque são diversas notas fiscais, diferentes processos e além disso, têm que ser analisadas as prestações de conta. Depois dos dados de 2003 para frente, a Casa Civil trabalhou, segundo ela, no passivo do período anterior. Ela afirmou que o senador Arthur Virgílio (AM), líder do PSDB no Senado, foi avisado que esse levantamento estava sendo feito. Segundo ela, foram formatados primeiro os dados dos anos de 1998, 1999 e 2000 e agora estão em elaboração os de 2001 e 2002. "Não é algo que fizemos ontem ou antes de ontem para prejudicar alguém. O interessante é que não apareceu o vazador de forma explícita", disse Dilma, destacando ainda que o banco é enorme e que só os anos de 98 ao 2000 são responsáveis por 13 mil dados e nos anos seguintes, já superam 20 mil.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.