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Dilma dá sinais de que pretende rever a estrutura do Estado se eleita

Petista disse que País deve 'sair da fase do ajuste fiscal e entrar na fase da reforma administrativa do Estado'

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Por Redação
Atualização:

Dias após ter contestado a intenção do pré-candidato do PSDB, José Serra, de criar o Ministério da Segurança Pública, a pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, sinalizou nesta quinta-feira, 6, que, assim como o adversário, pretende rever a estrutura do Estado se eleita.

 

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Apesar de evitar mencionar explicitamente que poderia criar um novo ministério, Dilma afirmou, em entrevista à agência internacional Reuters, que acredita ser importante uma pasta para "cuidar do empreendedorismo". "Se tem um único ministério que eu acredito que é importante era um ministério para os pequenos e médios empresários industriais e de serviços. Penso seriamente, mas não vou falar em criação de ministério", disse.

 

A petista disse ainda que o país deve "sair da fase do ajuste fiscal e entrar na fase da reforma administrativa do Estado, porque não é ajuste fiscal que dá jeito na máquina pública brasileira".

 

As falas de Dilma reforçam uma estratégia já discutida com a cúpula do PT de tentar associar o discurso de Serra à implementação de "cortes" que vão afetar o funcionamento do Estado. Na mesma entrevista à Reuters, a petista disse que o ajuste fiscal no país está feito e que não vê necessidade de redução de custeio. "Eu não faria ajuste. Eu vou fazer modificações."

 

O comando da campanha da ex-ministra planeja uma reação a afirmações feitas por Serra e seus aliados de que, se chegar à Presidência, contratos poderão ser revistos. "Na prática, isso é paralisação de obras e de programas, como o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), o Minha Casa, Minha Vida, e outras ações sociais deste governo", afirmou Fernando Pimentel (PT-MG), um dos coordenadores da campanha de Dilma.

 

A proposta de Serra de criar um ministério para cuidar da Segurança Pública e outro para atender aos portadores de deficiência física gerou desconforto no PSDB, já que os tucanos constantemente batem no "inchaço da máquina", criticam o excesso de ministérios do governo Lula, e prezam o ajuste fiscal como princípio e discurso de campanha. O tucano reagiu, dizendo que a reorganização de prioridades administrativas não pode ser confundida com inchaço da máquina pública, e que se criasse as novas pastas extinguiria outras, como a dos Portos e a Secretaria de Assuntos Estratégicos. A pré-candidata do PT disse que a segurança é prioridade, mas que o Ministério da Justiça já responde pelas políticas do setor.

 

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Inserções do PT veiculadas ontem reforçam a comparação entre os governos Lula e Fernando Henrique Cardoso para tentar promover Dilma. Uma das peças para a TV mostra pessoas sorridentes numa montanha russa. O narrador diz que o governo Lula tirou 24 milhões da miséria. Na descida, a cara delas passa a ser de pavor, e o narrador pergunta quem pode fazer mais para tirar as pessoas da pobreza, se "uma pessoa que tenha a mesma visão de Lula ou alguém que fez parte de um governo que aumentou o desemprego, os impostos e pouco reduziu a pobreza?". Em outra peça, Dilma promete fazer a revolução na saúde e na educação.

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