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Dilma critica vazamentos de delações e diz que nada tem a esconder

Presidente afirma que recentes denúncias, como a delação do ex-diretor da Petrobrás, Nestor Cerveró, são 'repetições'

Por Carla Araujo , Isadora Peron , Tania Monteiro , Daiene Cardoso e Rachel Gamarski
Atualização:

Brasília - A presidente Dilma Rousseff voltou a dizer nesta sexta-feira, 15, que não teme denúncias, criticou vazamentos e se mostrou disposta a apresentar qualquer documentação sobre qualquer tema. "Nos últimos dias tem havido denúncias, essas denúncias são de vazamentos. Eu não sei se as delações estão feitas ou não. Delação de quem, vazamento de quem. Mas me permita dizer, nós responderemos, eu especialmente, responderei qualquer coisa, em quaisquer circunstâncias", disse a presidente durante café da manhã com jornalistas de sites, revistas e agências internacionais.

Dilma disse ainda que as últimas denúncias que saíram "são repetições". "Para cada um dos jornais que pediram nós enviamos toda uma resposta a respeito de quem quer que seja. Se tornarem a pedir, nós tornaremos a enviar. Não tem nenhuma novidade nesta questão", afirmou.

Presidenta Dilma Rousseff durante café da manhã com jornalistas-setoristas do Palácio do Planalto Foto: Ichiro Guerra|PR

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Essa semana foi revelado que, em delação, o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró declarou à Procuradoria-Geral da República ter ouvido do senador Fernando Collor (PTB-AL) menção à presidente. Segundo Cerveró, em setembro de 2013, Collor afirmou que Dilma permitiu que ele tivesse liberdade para indicar os cargos de comando na BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras.

Segundo Dilma, as informações veiculadas não são claras. "A gente não sabe quem disse, quem falou e se é garantido. Não tem clareza. Para nós as perguntas nunca vêm claras", reclamou. "Quem disse? Quem me garante? Disse aquilo mesmo? E em que contexto?", questionou a presidente.

Cerveró mudou em sua delação premiada a versão sobre um suposto pagamento de US$ 4 milhões à campanha de reeleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006. O montante, segundo publicou nesta semana o jornal Valor Econômico, teria vindo de obras da refinaria de Pasadena.

Segundo a reportagem, menções à presidente Dilma também sumiram na delação. No documento prévio, Cerveró a citava três vezes; no depoimento posterior, nenhuma. Uma das menções originais era que "Dilma incentivou Nestor Cerveró para acelerar as tratativas sobre Pasadena. Sempre esteve a par de tudo que ocorreu na compra daquela refinaria, e realizou diversas reuniões com Nestor durante todo o trâmite".

Sem citar Cerveró, a presidente afirmou que as não há nenhuma novidade sendo veiculada e que as notícias já são publicas há dois anos. "Já teve até em CPI", lembrou a presidente. "Querem a informação? Dou calhamaço feito com todas as atas do Conselho da Petrobrás", disse. "Se alguém quiser poderia me pedir hoje, estou fornecendo hoje. Como eu sempre fiz", afirmou.

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