Dilma consulta Renan sobre nome de Fachin para o Supremo

Presidente do Congresso se reuniu com Dilma na segunda-feira, 13, e se manifestou favorável ao nome do advogado para a vaga de Joaquim Barbosa

Por Erich Decat
Atualização:

Brasília - A presidente Dilma Rousseff consultou o presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), sobre a possibilidade de ele apoiar o nome do advogado Luiz Edson Fachin para ocupar a 11ª cadeira do Supremo Tribunal Federal (STF), deixada pelo ex-ministro Joaquim Barbosa, em julho do ano passado. Dilma informou em entrevistas a blogueiros nesta terça-feira, 14, que a indicação do novo ministro seria anunciada nesta terça. Na ocasião, ela não quis, porém, antecipar o nome do indicado. 

Em um encontro realizado na segunda, 13, com a presidente, Renan afirmou que apoiaria a indicação de Fachin. Apesar da sinalização de apoio, o presidente do Congresso alertou Dilma para uma possível reação de integrantes da base aliada, que levaria a uma derrota do governo na indicação. O nome apoiado até então por Renan e lideranças do PMDB era o do presidente da OAB, Marcus Vinícius Furtado Coelho.

Advogado Luiz Edson Fachin, indicado para ocupar a vaga deJoaquim Barbosa no STF Foto: Divulgação

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Uma possível rejeição de Fachin no Senado estaria ligada ao fato de ele ser próximo da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e do PT. O nome dele teria sido apresentado pelo ex-deputado do PT Sigmaringa Seixas.

Renan esteve reunido com Fachin na última quinta-feira, 9, quando foram apresentados pessoalmente. A pessoas mais próximas, o senador se disse impressionado pelo perfil técnico do advogado. A conversa entre os dois ocorreu horas depois de o senador ter se encontrado com o presidente do STF, Ricardo Lewandowski, ocasião em que o ministro do Supremo teria defendido o nome de Fachin para ocupar a vaga deixada por Joaquim Barbosa. 

No entendimento de parte da cúpula do PMDB, essa sinalização de Lewandowski foi feita no intuito de "camuflar" uma possível associação de Fachin com o PT. O raciocínio entre alguns parlamentares envolvidos nas conversas sobre a indicação é o de que o ministro é um "pai de aluguel" do candidato. 

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