Preocupada com o novo capítulo da delação premiada do senador Delcídio Amaral (PT-MS), a presidente Dilma Rousseff conversou nesta terça-feira com o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, e pediu a ele explicações. No acordo de colaboração homologado pelo Supremo Tribunal Federal, Delcídio disse que Mercadante prometeu dinheiro e ajuda até no Supremo Tribunal Federal para que ele deixasse a prisão, em troca de seu silêncio. O senador entendeu que o ministro agiu sob ordem de Dilma, para evitar que ele fizesse delação.
Dilma solicitou que Mercadante desse uma entrevista coletiva para esclarecer os fatos. Em conversas reservadas, auxiliares da presidente dizem que a notícia divulgada hoje pelo site da Veja, envolvendo Mercadante – ex-chefe da Casa Civil –, deixou o Planalto sob alerta. A delação de Delcídio foi considerada “explosiva” por dois ministros ouvidos pelo Broadcast Político.
Na avaliação de interlocutores de Dilma, a crise política se agrava dia após dia e o governo está tão fragilizado que todas as denúncias, sejam elas verdadeiras ou não, esquentam ainda mais o processo de impeachment. A presidente também se reuniu nesta-terça, no Palácio do Planalto, com os ministros Jaques Wagner (Casa Civil), Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo), José Eduardo Cardozo (Advocacia Geral da União) e com o assessor especial Giles Azevedo.
“Nós vamos enfrentar mais essa turbulência.Nada chega à presidente porque ela não cometeu nenhuma irregularidade”, disse o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE).