Atualizada às 14h26
BRASÍLIA - A preocupação com projetos que podem ser votados no Congresso nesta quarta-feira, 24, fez com que a presidente Dilma Rousseff cancelasse uma viagem ao Rio e decidisse permanecer em Brasília durante o dia. Ela quer monitorar de perto os desdobramentos de duas votações importantes que podem trazer impactos para as contas públicas.
No Senado, preocupa a presidente o projeto que desobri ga a Petrobrás de ser a operadora única e ter participação mínima de 30% na exploração da camada do pré-sal. De autoria do senador José Serra (PSDB-SP), a proposta tem o apoio do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Dilma, no entanto, tem dado sinais contraditórios sobre o que pensa da matéria.
A presidente que anteriormente se mostrava terminantemente contrária ao projeto recentemente mudou de posição em relação ao tema. Dilma decidiu parar de expor publicamente sua oposição à proposta e pregou a tese de que o tema deveria ser bem debatido. No Congresso a avaliação é que os sinais da presidente sobre o projeto "são contraditórios".
Na Câmara, o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), começa hoje sua retaliação ao governo por ter derrotado o seu candidato a líder do PMDB na semana passada. Ele programou a votação de uma "pauta-bomba", com impacto de R$ 207,1 bilhões. Se aprovada, a "PEC da Saúde" vai obrigar a União a destinar um mínimo de 15% da Receita Corrente Líquida (RCL) à saúde. A proposta, apresentada pelo deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP), poderia ter um impacto, pelos cálculos do governo, de R$ 15 bilhões em 2017 e de R$ 207,1 bilhões até 2022.
A previsão inicial era que Dilma visitasse, nesta quarta-feira, a Fundação Oswaldo Cruz-Fiocruz ao lado da diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan, que está em visita oficial ao Brasil. Na agenda da presidente, a viagem ao Rio foi substituída por uma reunião com o ministro-chefe da Casa Civil, às 15h.