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Dilma afirma que campanha deste ano terá 'muitas mentiras e muitos boatos'

Presidente comparou ações do governo com propostas da oposição em convenção do PROS que oficializou apoio a sua candidatura

Por Erich Decat e Ricardo Della Coletta
Atualização:

Atualizado às 20h57 - A presidente Dilma Rousseff disse nesta terça-feira, 24, que haverá "muitas mentiras e muitos boatos" na campanha eleitoral deste ano. "Sabemos que essa campanha terá muitas mentiras e muitos boatos, que haverá tentativa de disseminar um clima de pessimismo. Esse mesmo clima de pessimismo de alguns que diziam que a Copa ia ser uma vergonha. A vergonha é deles, por não reconhecer que o próprio país é capaz de entregar eventos dessa magnitude", disse, durante discurso na convenção do PROS que selou o apoio à sua reeleição. 

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Dilma aproveitou a oportunidade para por em prática o discurso de comparar as realizações do governo com a dos adversários na disputa presidencial e ressaltou as conquistas ocorridas sob a gestão do PT nas áreas sociais. "Neste momento dois modelos estão em jogo. Um prega a volta ao arrocho salarial, concentração de renda e alienação do patrimônio público. O modelo que defendemos propõe maior distribuição de renda e redução da desigualdade. O modelo enfrenta situação internacional difícil, mas garante emprego e salário", afirmou Dilma ao fazer uma referência velada ao PSDB de seu principal adversário, o senador Aécio Neves. "Brasil nos últimos 11 anos mudou muito, mas é por isso que ele quer mais mudança", continuou.

A presidente também pegou uma carona na vitória da seleção brasileira sobre a seleção de Camarões na segunda, pela Copa do Mundo. "A nossa Seleção venceu desafios, derrotou o pessimismo e mais uma vez mostrou que o Brasil está entre os melhores".A frase serviu como introdução para Dilma comemorar o fato de as manifestações ocorridas até aqui contra o Mundial não terem atrapalhado os jogos. "Na Copa, nós demos de goleada no pessimismo. Estamos realizando a Copa dos Copas. Os estádios estão prontos. Por toda parte (no Brasil) foi enterrado o 'Não vai ter Copa'", ressaltou. Ela também lembrou que não houve racionamento "como os pessimistas pregavam". "Não aconteceu e está claro que nunca acontecerá", afirmou.

Elaaproveitou o encontro para citar alguns números de setores estratégicos. "Na Europa, desde o início da crise há desemprego de 60 milhões de pessoas. Nós criamos 11 milhões de vagas", afirmou sobre a criação de postos de trabalho no Brasil. "Elevamos 42 milhões de pessoas para classe média e é só o começo. A renda média dos brasileiros cresceu mais de 50% acima da inflação neste projeto. A renda dos 10% mais pobres cresceu 106%", enumerou a presidente, que frisou ter compromisso com os "marginalizados".

Ela também reservou parte do discurso para enaltecer a Petrobrás, alvo de duas Comissões Parlamentares de Inquérito no Congresso. "A Petrobrás passa a ter para explorar uma quantidade de petróleo extremamente significativa. Isso vai transformar essa empresa numa das maiores empresas de petróleo do mundo", afirmou para, em seguida, citar decisão do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) que irá conceder em regime de partilha quatro campos de petróleo para exploração da Petrobrás. A estatal pagará R$ 2 bilhões em bônus de assinatura para explorar os campos de Búzios, entorno de Iara, Florim e Nordeste de Tupi, na região do pré-sal da Bacia de Santos. Segundo a presidente, a área concedida à Petrobras tem potencial de produzir de 10 a 14 bilhões de barris de petróleo equivalente.

Ao falar diretamente aos integrantes do PROS, Dilma afirmou que considera a legenda madura e moderna. "Tenho certeza de que juntos vamos garantir mais 4 anos de conquistas para o povo. Juntos vamos iniciar nova etapa de modernização da nossa sociedade".

Capitaneada pelos irmão Gomes, sigla oficializou apoio à reeleição da presidene Foto: Ed Ferreira/Estadão

No encontro de hoje, o PROS oficializou apoio à candidatura à reeleição da presidente. Com a adesão, a legenda deve contribuir com cerca de um minuto para o programa de rádio de TV da petista durante a disputa presidencial. 

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O partido integrará uma coligação de 10 legendas. Até o momento, já oficializaram apoio à reeleição de Dilma o PT, o PMDB e o PDT. Nesta quarta-feira, deve ser a vez do PP e PSD. Na sexta-feira, está previsto o encontro do PcdoB.

O resultado da convenção foi anunciado pelo presidente nacional do PROS, Eurípides Júnior. "Com 94,5% dos votos a favor, o PROS declarou que vai apoiar o PT, Dilma Rousseff e Michel Temer", declarou Júnior.

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