Dilma aceita ir ao Senado falar do PAC, e não menciona dossiê

Falta marcar data; apesar de a convocação ser a respeito do programa, ela será questionada sobre documento

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Por Cida Fontes
Atualização:

Em ofício de dez linhas encaminhado nesta sexta-feira, 11, à Comissão de Infra-estrutura do Senado, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, afirma que terá "grande prazer" em atender à convocação para debater obras do Programa de Aceleração do Crescimento ((PAC) e prestar esclarecimentos sobre a construção da hidrelétrica de Belo Monte, no Pará.   Apesar de o motivo oficial ser o PAC, a oposição vai aproveitar a ida da ministra para questioná-la sobre o dossiê com gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que teria saído da Casa Civil. A convocação foi aprovada após uma manobra da oposição, que teve negado o pedido para ouvir Dilma na CPI dos Cartões. A ministra informa ainda ao presidente da comissão, senador Marconi Perillo (PSDB-GO), que sua assessoria entrará em contato para marcar a data do comparecimento. A assessoria da comissão informou que propôs à ministra que a audiência seja marcada para a próxima quarta, e ainda não obteve resposta.   Veja também:   Vazamento de dossiê contra FHC abre guerra dentro da Casa Civil Dossiê FHC: o que dizem governo e oposição PF pede a governo dados sobre segurança da Casa Civil PF abre inquérito para apurar vazamento de dados de FHC Dossiê com dados do ex-presidente FHC  Entenda a crise dos cartões corporativos    Nesta sexta, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a ida da ministra à comissão, mesmo sob o risco de ser constrangida a responder perguntas sobre o dossiê. O presidente disse que a oposição não está amordaçada. Mas afirmou: "A lógica é que quem pergunta o que quer ouve o que não quer". Ele reafirmou que desconhece a existência de um dossiê. "O que estávamos e estamos fazendo é um banco de dados que ficará pronto em alguns dias, com todas as informações (de gastos) de todas as pessoas que acharmos necessário", afirmou.   Sobre a investigação em torno do vazamento das informações, Lula disse que quer saber quem foi o responsável. "Se alguém que não sei quem, roubou documento oficial de um banco de dados e resolveu dar para um jornal, um jornalista, uma revista, como se fosse uma coisa fantástica, uma novidade para merecer manchete, nós queremos descobrir quem roubou, sim", afirmou.   "Alguém tentar roubar um documento e vender como novidade, como se descobrissem a mina do rei Salomão, acho pequeno, acho isso pobre. Obviamente por isso que queremos descobrir quem roubou, porque é muito grave alguém roubar um documento de dentro do Palácio do Planalto. É muito grave. Queremos descobrir quem é que anda roubando documentos. E quem quiser transformar banco de dados em dossiê que transforme. Eu continuarei a fazer banco de dados na Casa Civil".   Texto ampliado às 13h28

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