
19 de outubro de 2014 | 03h02
A comparação do patrimônio foi feita pelo Estadão Dados com base na mediana do valor total declarado por todos os candidatos a deputado federal - ou seja, comparando o valor correspondente ao político que está bem na metade do ranking de mais ricos de cada raça.
A mediana é melhor do que a média nesse caso porque o patrimônio dos candidatos varia bastante. Assim, um candidato muito rico de uma determinada raça pode distorcer o patrimônio médio de todos os outros por causa do tamanho relativo da sua fortuna.
Diferenças. Assim, o valor mediano do patrimônio de um candidato branco é de R$ 300 mil, ante R$ 172 mil de um pardo e apenas R$ 90 mil de um negro. A chance de um político de cada uma dessas raças ser eleito aumenta de acordo com seu patrimônio, o que explica porque os deputados eleitos são, em média, mais de duas vezes mais ricos que o total dos candidatos.
A proporção da diferença do patrimônio entre os candidatos de raças distintas se mantém entre aqueles que foram eleitos. Os deputados brancos que ocuparão assento na Câmara federal no ano que vem têm patrimônio mediano de R$ 1,5 milhão. Já os pardos, de R$ 780 mil. Os negros declararam ter bens somados no valor de R$ 519 mil, também na mediana.
Se a proporção é a mesma entre candidatos e eleitos, isso significa que a influência da própria riqueza conta mais para um negro ser eleito que para um branco - um negro que ganhou a eleição é, na mediana, quase 6 vezes mais rico que os candidatos dessa mesma cor.
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