Dias é o 5º ministro a tirar férias para fazer campanha

Por NIVALDO SOUZA E RICARDO DELLA COLETTA
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O ministro do Trabalho, Manoel Dias, será nesta sexta-feira, 17, o quinto ministro somente nesta semana a entrar em férias para se dedicar à reta final do segundo turno das eleições presidenciais. Ele ficará fora por quatro dias para reforçar a campanha em Santa Catarina, onde participa hoje de comício com a presidente e candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT), em Florianópolis. "Eu vou cumprir o meu dever de colaborar com uma candidatura que eu apoio como cidadão", justificou.Com a ausência, ele será o quinto ministro a deixar o governo somente nesta semana, em um momento em que a petista está em empate técnico nas pesquisas de intenção de voto contra Aécio Neves (PSDB). Já são nove no total desde o início da campanha, o que representa quase um quarto dos 39 ministérios.Na última segunda-feira, 13, a ministra Ideli Savatti (Direitos Humanos) também entrou em férias. No dia seguinte, foi a vez de Garibaldi Alves Filho (Previdência) pedir baixa temporária e, hoje, Neri Geller (Agricultura) e Moreira Franco (Aviação Civil). Antes deles já haviam se afastado Aloizio Mercadante (Casa Civil), Miguel Rossetto (Desenvolvimento Agrário), Gilberto Carvalho (Secretaria Geral da Presidência) e Eduardo Lopes (Pesca). O PT ainda pressiona para que a ministra Marta Suplicy, da Cultura, entre na linha de frente da disputa em São Paulo. Ex-prefeita de São Paulo, Marta resiste a entrar na campanha.Em seus quatro dias de férias, Dias participará de eventos no interior catarinense organizados pelo governador reeleito Raimundo Colombo (PSD), que, segundo o ministro, "está fazendo campanha muito forte" para Dilma. O candidato de oposição Aécio Neves (PSDB) venceu o primeiro turno no Estado com 52,89% dos votos válidos, contra 30,76% da petista e 12,83% de Marina Silva (PSB). "O resultado do segundo turno não será igual ao do primeiro", confia.AgronegócioO titular da Agricultura, que ontem participou de ato de campanha em Cuiabá e Rondonópolis - as duas principais cidades do Mato Grosso -, afirma que a saída dele e seus colegas de governo não é ação coordenada. "Não foi uma orientação da presidenta. É uma convicção minha (participar da campanha) de que este governo fez muito pelo agronegócio", disse. "Me afastei por cinco dias porque não quero que ninguém fale que fiz campanha durante o expediente e usei avião oficial", conta.No Mato Grosso, onde Geller é produtor de soja, o candidato Aécio Neves (PSDB) venceu o primeiro turno eleitoral com 44,7% dos votos válidos. Dilma ficou em segundo lugar, com 39,53%, seguida por Marina Silva (PSB), que somou 14,8%. O Estado elegeu como governador, no primeiro turno, o senador Pedro Taques (PDT), aliado político de Aécio. Geller, agora em férias, pretende ampliar o apoio do agronegócio à candidatura de Dilma no Centro-Oeste.O PT esperava uma vitória da presidente na região, mas Dilma perdeu para Aécio em todos os Estados. Foi o caso também de Mato Grosso do Sul, onde o tucano obteve 41,31% dos votos válidos, seguido pela petista (37,51%) e Marina (19,08%). O candidato do PT ao governo local, Delcídio Amaral e, após vencer o primeiro turno, está atrás do tucano Azambuza na segunda rodada eleitoral. Amaral recebeu apoio de Ideli hoje.

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