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"Dia D" contra dengue pode ser última chance do Rio

Por Agencia Estado
Atualização:

O Dia D de combate à dengue, que será realizado neste sábado em todo o País, pode ser uma das últimas chances de reduzir a possibilidade de o Rio repetir a epidemia do verão passado - que deixou 250 pessoas doentes, com 87 mortes. Com déficit de mata-mosquitos e infestação do Aedes aegypti que supera níveis aceitáveis, o Estado ainda corre o risco de ser surpreendido pelo crescimento da doença. A Secretaria de Saúde do Estado promete mobilizar 2 milhões de pessoas em todos os 92 municípios do Rio, entre agentes, voluntários, estudantes e militares. O secretário estadual de Saúde, José Leôncio Feitosa, afirma que serão realizados shows, panfletagem e oficinas educativas em várias cidades, além de visitas a residências para o combate às larvas do mosquito. "Estamos bem organizados. No sábado, teremos um grande mutirão contra o Aedes", afirma o secretário Feitosa. "É importante lembrar que cabe à população o papel mais importante de acabar com os focos", acrescenta o subsecretário municipal de Saúde, Mauro Marzochi. Por causa da epidemia do verão passado, o ministro da Saúde, Barjas Negri, escolheu o Rio para visitar no Dia D. Ele e o presidente da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), Mauro Costa, estarão na cidade para acompanhar a mobilização. E participarão de inspeção em casa de moradores, imóveis abandonados e, no fim da tarde, apresentarão um balanço sobre o Dia D. Nesta quinta-feira à tarde, a Funasa entregou 67 veículos novos ao Estado - 25 deles vão circular na cidade do Rio - e vários equipamentos para reforçar o combate. "Esses carros vão ajudar muito", comemorou Marzochi. O município também ganhou uma verba extra de quase R$ 20 milhões para acabar com o Aedes. Os fatores de risco, no entanto, continuam existindo no Rio. Durante o evento de entrega dos carros, o secretário estadual de Saúde admitiu que há vários municípios do Rio com índices de infestação do mosquito acima de 1%, taxa considerada segura. Segundo ele, 19% dos 71 municípios avaliados (de um total de 92) têm mais de 1%. Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, é o campeão, com taxa de 4%. "Mas estamos lá trabalhando", garante Feitosa. No Rio de Janeiro, a média é de 2,5%, mas ela chega a 4% em alguns bairros cariocas. Há ainda o problema do déficit de mata-mosquitos. Apenas a capital precisaria de mais mil funcionários para completar o quadro. Hoje, a cidade tem 2.700 agentes, em vez dos 3.700 necessários. Para piorar, 2 mil deles têm contratos temporários que vencem até o fim do ano. Um concurso está sendo feito para contratar 1.350 pessoas, mas o processo é demorado e há risco de que nem os 2.700 sejam repostos a tempo. No Estado, o secretário garante que 1.400 novos agentes foram contratados para suprir a deficiência.

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