Detida pela PF, prefeita será monitorada por tornozeleira no Maranhão

Justiça determinou monitoramento de Bia Venâncio e mais 18 pessoas, entre elas um vereador e três secretários municipais, acusados de fraudar licitações e desviar recursos da educação

Por Ricardo Valota
Atualização:

SÃO PAULO - A prefeita da cidade maranhense de Paço do Lumiar, na Grande São Luís, Bia Venâncio, está proibida de sair de casa durante a noite e aos finais de semana e de se aproximar da sede da Prefeitura. Presa pela Policia Federal (PF) nesta quinta-feira, 20, durante a Operação Allien, a chefe do executivo será, assim como outros também detidos, monitorada por uma tornozeleira eletrônica, equipamento com o qual ela deixou o departamento policial a caminho da residência.

 

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Em conjunto com Controladoria Geral da União (CGU), a PF realizou a operação com o objetivo de desarticular uma quadrilha que vinha fraudando licitações e desviava recursos públicos federais do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). Os policiais saíram em diligência com a missão de cumprir 39 mandados judiciais, sendo 20 de busca e apreensão e 19 de medidas cautelares diversas de prisão, nas cidades de São Luís, Paço do Lumiar, Igarapé Grande e São José de Ribamar.

 

De acordo com as investigações, a fraude de licitações ocorria por meio de empresas fantasmas e a falsificação de vários documentos. Até o momento, foi apurado o desvio de cerca de R$ 15 milhões dos recursos provenientes do Fundo e do Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar (Pnate), recebidos pela Prefeitura de Paço do Lumiar. Entre os investigados encontram-se a atual prefeita, um vereador e três secretários municipais.

 

Por determinação do Tribunal Regional Federal da 1º Região (TRF-1), os detidos serão monitorados eletronicamente por meio de tornozeleiras, devendo permanecer em casa no período noturno, bem como nos finais de semana e nos dias de folga. Estão também de se aproximar do prédio da Prefeitura de Paço do Lumiar, de ausentar-se da cidade sem prévia autorização judicial e de manter contato com os outros investigados. Caso descumpram a ordem judicial, poderão ter a prisão preventiva decretada.

 

Segundo a PF, os envolvidos responderão pelos crimes de desvio de recurso públicos, uso de documento falso e formação de quadrilha, fraude em licitações e lavagem de dinheiro, podendo ser condenados a até 35 anos de prisão.

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