Detetive: Abin não investigou grampo

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Por Agencia Estado
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O detetive particular Bechara Jalkh afirmou hoje, em depoimento ao juiz Alexandre Libonati de Abreu, da 2ª Vara Federal Criminal, que o ministro-chefe do gabinete de Segurança Institucional, general Alberto Cardoso, ordenou a suspensão das investigações sobre a autoria do grampo no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ao ser informado de que fitas ainda mais comprometedoras poderiam vir à tona. Segundo Jalkh, havia gravações de conversas do presidente Fernando Henrique Cardoso, e de seu genro, o diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP), David Zylbersztajn. Bechara Jalkh contou que, na época em que o caso do grampo começou a ser veiculado na imprensa, o general Cardoso esteve no Rio de Janeiro com ordens expressas da Presidência da República de investigar a autoria da escuta clandestina. "A ordem era punir os responsáveis", disse. De acordo com o depoimento do detetive, o general teria tomado conhecimento de que a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) teria em mãos fitas que poderiam comprometer o presidente e, por isso, ordenou que o caso não fosse mais investigado. O detetive não revelou como soube da história. "São fontes da comunidade de informação." Uma das principais testemunhas de acusação do grampo, o ex-funcionário da Telerj Waldeci Alves de Oliveira também prestou depoimento hoje. Oliveira confirmou ter sido procurado, em outubro de 1997, pelo detetive Adilson Alcântara de Matos, réu na ação, para fazer uma extensão de um ramal no BNDES. O ex-policial federal Célio Areas da Rocha, testemunha de acusação, que também prestou depoimento hoje, afirmou que está sendo perseguido.

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