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Detecção de câncer de mama ainda é tardia

Por Agencia Estado
Atualização:

Cerca de 65% dos casos de câncer de mama no Brasil são detectados apenas na fase mais avançada, alerta Ezio Novais Dias, presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), entidade que promove até domingo a 3.ª Semana Nacional de Incentivo à Saúde Mamária. ?Esse índice é vergonhoso?, diz ele. A detecção precoce dessa doença nos Estados Unidos e na Europa ultrapassa o porcentual de 80%. As chances de cura aumentam quanto mais cedo se descobre a doença ? chegam a 90%, dependendo do caso. ?A principal causa das mortes por câncer é a desinformação?, segundo Dias. Por isso, o médico pede às mulheres atenção a eventuais feridas na pele, caroços ou áreas mais duras no seio ou nas axilas, além de secreções saindo pelo mamilo. São indícios de algum problema e a recomendação é pela busca imediata de um especialista diante de qualquer um desses sintomas. Em todos os Estados, a SBM estará durante esta semana distribuindo folhetos, camisetas e veiculando propaganda com Cassia Kiss e Herson Capri com o objetivo de conscientizar a população da importância da prevenção. A mulher deve fazer o auto-exame mensalmente, de preferência na semana posterior à menstruação, e também passar por uma consulta médica anual. A mamografia é um terceiro passo obrigatório para mulheres com mais de 40 anos. Para transformar os parceiros em aliados das mulheres na prevenção ao câncer, a propaganda na TV usa, pela primeira vez, um ator. Capri solicita aos homens que incentivem as suas parceiras a observarem as próprias mamas. O câncer de mama é o que mais mata entre outros tumores malignos, que atingem pulmão, estômago e pele das mulheres. O Instituto Nacional de Câncer estima que, neste ano, surgirão no Brasil mais de 36 mil novos casos de câncer de mama com 9.115 mortes. Hábitos ? Em 1975, a Organização Mudial de Saúde registrou 500 mil casos em todo o mundo. O número pulou para quase 900 mil em 2001. As causas para o crescimento são desconhecidas. Segundo o presidente da SBM, a mudança do hábito reprodutivo da mulher é o único fator que, concretamente, se relaciona ao câncer de mama. A primeira gravidez ocorre cada vez mais tarde e diminuiu também o número de filhos. ?Quanto maior o número de ciclos ovulatórios, maior a chance de se ter câncer de mama?, explica Dias. No início do século XX, a mulher ovulava no máximo 50 vezes na vida, oito vezes menos do que a média atual. Ela se casava cedo, engravidava, amamentava e quando voltava a ovular, em seguida, estava grávida novamente. E assim passavam longos períodos sem ovular. Além disso, Dias comenta que a gravidez antes dos 18 anos torna a glândula mamária mais resistente à doença.

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