Desvio no DF pode chegar a R$ 1,2 bi

Por AE
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O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios acredita ter desvendado a maior pilhagem de dinheiro público dos últimos anos. A análise dos documentos apreendidos na Operação Megabyte, realizada no início de junho pela Polícia Federal, estima que chegue a R$ 1,2 bilhão o volume de dinheiro público gasto irregularmente no período de cinco anos com uma rede de empresas que fornecia produtos e serviços de informática. A força do grupo pode ser medida por dois fatos: o esquema e o suposto líder sobreviveram à mudança de governo, em 2006, e as investigações, apesar de serem de responsabilidade do poder local, saíram do âmbito da Polícia Civil e passaram para a Polícia Federal, com autorização do Tribunal de Justiça, como forma de controlar os vazamentos registrados em diligências anteriores. Outro fato mede o tamanho do problema: a mesma estrutura administrativa, que gastou R$ 450 milhões em produtos e serviços de informática no último ano do governo do peemedebista Joaquim Roriz (2002-2006), no primeiro ano de José Roberto Arruda (DEM) empenhou R$ 97 milhões - quase 80% menos. A maior parte do dinheiro foi repassada às empresas do cartel pelo ex-presidente da estatal Codeplan, o delegado aposentado Durval Barbosa, apontado pelo Ministério Público como líder do grupo desde 2002. Seu aliado nº 1 nos negócios, dizem os procuradores, é o empresário e bicheiro Messias Ribeiro - sócio do bicheiro Carlos Cachoeira. Investigado no governo Roriz, Durval manteve todos os tentáculos no governo Arruda, que o promoveu a secretário de Assuntos Institucionais, dando-lhe assim direito a foro especial. Nenhum dos acusados está preso e as principais empresas do esquema, entre as quais a Sapiens e a Patamar, de Messias, continuam disputando as verbas do governo do DF. REDE Os documentos recolhidos na operação, porém, trazem indícios de um megaesquema de fraudes. Durval e mais 13 acusados estão sendo processados por corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, enriquecimento ilícito e improbidade administrativa. O Ministério Público pediu indisponibilidade dos bens para fins de ressarcimento. São fazendas, barcos, carros de luxo, jóias, empresas, contas bancárias e imóveis. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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