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Desiludido, Lauro Campos deixa o PT

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Por Agencia Estado
Atualização:

Único senador do PT eleito no Distrito Federal, Lauro Campos anunciou nesta terça-feira a sua saída do partido, pondo fim a 20 anos de filiação. O senador atribuiu sua decisão ao "acúmulo" de uma série de divergências. O ponto "insustentável", segundo ele, foi a iniciativa do presidente de honra do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, de apontar o ex-governador de Brasília Cristovam Buarque como "melhor candidato" ao Senado. Disposto a disputar as prévias com Cristovam, o senador achou que Lula foi "muito deselegante". Outro fator que pesou na sua decisão foi a posição "neoliberalista" do PT, que estaria se chocando com as suas idéias. O PPS, PDT e o PSB já se manifestaram dispostos a acolhê-lo, segundo informaram integrantes desses partidos. Mas Lauro Campos anunciou que somente numa excepcionalidade, no caso de ser aprovada uma lei que o obrigue a se filiar, é que ele vai procurar uma nova legenda. Caso contrário, sua intenção é ficar sem partido nos últimos 18 meses de seu mandato, retirando-se em seguida da vida pública. "Para felicidade minha, da minha família e de muitos que estão por aí me desejando mal, eu vou encerrar minha carreira de político", informou. A decisão de Lauro Campos surpreendeu as lideranças do PT. O presidente nacional do partido, deputado José Dirceu (SP), e seus colegas de Senado tentaram dissuadi-lo, mas o máximo que conseguiram foi ouvir as queixas de Campos contra as posições adotadas por boa parte dos petistas nos últimos anos. "Não há mais uma consciência crítica", disse. Ele atribuiu essa postura à necessidade de passar a idéia de que o partido é confiável para eleger o presidente da República no ano que vem.

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