Desemprego é principal problema do País, mostra pesquisa

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Por Agencia Estado
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A população brasileira continua classificando os altos índices de desemprego como o principal problema do País. Na pesquisa realizada entre os dias 7 e 9 de maio pelo instituto Sensus para a Confederação Nacional dos Transportes (CNT), 43,1% dos dois mil entrevistados apontaram a falta de postos de trabalho como o principal problema a ser enfrentado no Brasil. A violência vem em segundo lugar, indicada por 36% dos entrevistados. A pesquisa deste mês traz um detalhe importante: 18,3% das pessoas ouvidas afirmaram estar desempregadas. Desse total, 51,5% disseram estar sem emprego a menos de um ano. Outros 34% estão foram do mercado de trabalho de um a cinco anos. Para o presidente da CNT e vice-governador de Minas Gerais, Clésio Andrade, o desemprego e a violência são elementos que precisam ser tratados pelo governo, diante da forte preocupação externada pela população em relação a essas questões. Mínimo O reajuste do salário mínimo anunciado pelo governo foi condenado por boa parte da população brasileira. De acordo com o levantamento, 82,9% dos dois mil entrevistados consideraram baixo e inadequado o reajuste do salário mínimo de R$ 240,00 para R$ 260,00. Apenas 7,9% classificaram o reajuste como alto e adequado. O aumento do salário família também não foi bem recebido pela população. Para 80,6% das pessoas ouvidas pelo instituto Sensus, a elevação do salário família para R$ 20,00 não trouxe benefícios. Para a maioria dos entrevistados (43,4%), o governo deveria ter fixado o valor do salário mínimo acima de R$ 300,00. Na média, segundo explicou o diretor do Sensus, Ricardo Guedes, os entrevistados indicaram o valor de R$ 282,00 como o mais adequado para o salário mínimo este ano. Sem-terra O anunciado "abril vermelho" do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) foi condenado pela maioria da população brasileira, segundo o levantamento feito pelo instituto Sensus. Dos dois mil entrevistados entre os dias 7 e 9 de maio, 70,7% disseram ser contra as recentes invasões de terra promovidas pelo MST. A atuação do governo e a reação dos fazendeiros em relação ao movimento também não foram bem avaliadas. Para 58,3% dos entrevistados, tanto a atuação do governo quanto a reação dos fazendeiros foi inadequada e não conseguiu manter a ordem no campo. Apesar disso, o governo ainda mantém uma boa avaliação no quesito imparcialidade. Para 43,9% dos entrevistados, essa tem sido a postura do governo Luiz Inácio Lula da Silva em relação ao MST e aos proprietários de terra no País. Existe, entretanto, uma parcela de 20,1% da população que acredita que o governo tem uma posição mais favorável ao MST. Por outro lado, 18,7% afirmam que a atuação da administração federal está, em verdade, mais próxima dos interesses dos fazendeiros. De maneira geral, a população continua apoiando a idéia de efetivar uma reforma agrária no País. Mas o respeito à lei e a ordem, assim como dos diretos de propriedade são quesitos imprescindíveis. De acordo com a pesquisa, 24,3% dos entrevistados disseram ser favoráveis à reforma desde que ela ocorra em terras já desocupadas pelo Estado. Para 27,5%, esse processo deve ocorrer mas em terras improdutivas que tenham sido objeto de desapropriação pelo governo. Outro contingente de 13,4% indica que a reforma agrária deve ser feita em terras improdutivas a serem desapropriadas pelo Estado, mas desde que o governo pague indenizações aos proprietários. Existe ainda uma parcela de 8,1% que acredita que a reforma poderia ser feita mesmo em terras produtivas, desde que o governo estabeleça indenizações aos donos destas áreas. Apesar dessas posições favoráveis, 15,8% dos entrevistados foram taxativos: são contra a reforma agrária, não importando o mecanismo a ser adotado pelo governo para a sua realização. Eleições municipais O apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a candidatos às eleições municipais de outubro será importante mas não decisivo, segundo análise feita pelo presidente CNT, Clésio Andrade. De acordo com os dados da pesquisa Sensus, 29% dos dois mil entrevistados afirmaram que poderiam votar em um candidato que fosse apoiado pelo presidente Lula. Uma minoria (7,7%) garantiu que só votará em nomes que tiverem o aval do Palácio do Planalto. Por outro lado, 22,2% afirmaram que o apoio do presidente Lula faria, na verdade, com que eles deixassem de votar num candidato às eleições municipais deste ano. "Existe sim uma influência do presidente Lula. Ela não é ruim mas também não é decisiva", comentou o presidente da CNT. Essa análise é ancorada em outro aspecto importante levantando na pesquisa. Para 34,8% dos entrevistados, o voto só será definido com base no perfil do candidato, ou seja, independente do apoio político dado a este ou aquele nome. A pesquisa revela ainda que boa parte da população está atrás de um candidato à prefeito que tenha um perfil de bom administrador e não necessariamente político. De acordo com os dados divulgados esta manhã, 29,3% apontam que ser bom político, com experiência como administrador, será o critério que mais levarão em conta na hora de decidir o voto em outubro próximo. Por outro lado, 59,9% disseram que a escolha do candidato será decidida somente pelo aspecto administrativo, não importando se o candidato seja político de carreira. Apesar de todos esses detalhes apurados, o interesse geral da população com as eleições municipais ainda não é alto. Quase metade dos entrevistados (47,2%) disse que estão sem interesse nos assuntos ligados às eleições de outubro. Apenas 18,9% afirmaram estar muito interessados, assim como 31,6% que descreveram com nível médio suas atenções às disputas de outubro.

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