Descontente, PT quer reabrir discussão sobre comando da CPI

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Por Redação
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Insatisfeito com o acerto do PMDB que levou o PSDB à presidência da CPI mista dos cartões corporativos, o PT quer reabrir as conversações para a composição do comando da comissão. Segundo o deputado Maurício Rands (PE), líder do PT na Câmara, o partido quer a presidência e não mais a relatoria da CPI, para a qual já havia indicado o deputado Luiz Sérgio (RJ). Como maior bancada na Câmara, o PT tem direito a uma das vagas. "O PT acha que o ideal é a manutenção do equilíbrio e pode haver uma discussão da troca da presidência e da relatoria entre Câmara e Senado", disse Rands a jornalistas. O partido diz não ter pressa em encontrar um formato definitivo para a CPI. "Essa é apenas uma das hipóteses que vamos ter bem amadurecidas nesses próximos dias", afirmou. O PMDB, que tinha direito a um dos postos de comando da CPI, por ser o maior partido no Senado, cedeu a presidência para o PSDB para evitar uma segunda CPI exclusivamente na Casa e para acelerar os trabalhos. A senadora Marisa Serrano (PSDB-MS) aceitou o posto na quarta-feira. Oposição e governo vêm negociando há três semanas a composição da comissão que prevê investigar os gastos com cartões corporativos nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso. O acerto da véspera pareceu colocar um ponto final nas pressões por cargos, que agora o PT vem questionar. Uma hipótese é que o partido não tenha sido consultado sobre o acerto do PMDB com a oposição. "Parece até uma briga menor, um quer ser o presidente, o outro diz que quer a relatoria. Não passa seriedade para quem vai investigar. Pelo que eu sei, não tem nenhuma criança aqui", reagiu o presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN). Ele acredita que os líderes dos partidos devem indicar os integrantes da comissão, formada por onze deputados e onze senadores, até terça-feira. O ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, disse que foi pego de surpresa, mas acredita que o descontentamento se desfaz em pouco tempo. "Não é o fim do mundo. O que poderia ter sido resolvido hoje adiamos por 48, 72 horas. Mas será resolvido", afirmou. (Texto de Carmen Munari; Edição de Mair Pena Neto)

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