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Descontente, procuradora-geral do PR pede demissão

Por JULIO CESAR LIMA
Atualização:

A discussão entre o Ministério Público (MP) e o governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), que foi impedido há duas semanas, por determinação judicial, de atacar adversários e fazer críticas durante a programação da Rádio e Televisão Educativa do Paraná (RTVE), causou a primeira baixa no governo do Estado e um princípio de crise no gabinete. Insatisfeita com os procedimentos adotados por Requião desde a decisão do MP, a procuradora-geral do Estado, Jozélia Nogueira, pediu demissão na tarde de hoje. O governo do Paraná informou, por meio da assessoria, "que a procuradora não tinha mais a confiança necessária para o cargo e, ao sair, apenas antecipou um processo de demissão que estava a caminho". "Não havia mais a sintonia entre a procuradoria e o governo." O novo procurador-geral do Estado passa a ser o ex-diretor do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) Carlos Frederico Marés de Souza Filho. O ponto alto da crise entre Jozélia e o governador do Paraná ocorreu na manhã de hoje, durante a reunião semanal entre Requião e os secretários, batizada como "Escolinha de Governo". Ele cancelou o encontro e anunciou que a RTVE sairia do ar "por causa da censura imposta". Requião não gostou da postura adotada por ela, contrária à retirada da RTVE do ar e da veiculação de mensagens de apoio a ele, o que provocou uma discussão que culminou com a saída dela. Em nota oficial, Jozélia disse ter sido desrespeitada na frente de outras pessoas. "Há algum tempo, tenho percebido haver divergência de sua parte com relação a posturas corretas por mim adotadas, sempre pautadas na defesa do Estado do Paraná e do interesse público. Em inúmeras situações, percebi sua incompreensão, o que fez subtrair, de minha parte, ao menos, a indispensável segurança que deve haver por parte do chefe do Poder Executivo aos seus secretários de Estado", disse. Gritos Segundo a ex-procuradora-geral do Paraná, Requião também a tratou de forma desrespeitosa. "Eu não tolero isso. Aos gritos, ele falou que eu havia dado uma contra-ordem, mas eu nem sabia que ele havia falado outra coisa. Eu apenas considerei melhor cumprir a lei para evitar novas multas ou provocar mais reações da Justiça", afirmou.

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