Descoberto túnel de fuga em Bangu 3

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Por Agencia Estado
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Um túnel com 2,5 metros de profundidade, 3 metros de comprimento e 60 centímetros de altura foi descoberto no campo de futebol do Presídio Serrano Neves, o Bangu 3, de segurança máxima. O diretor do Departamento do Sistema Penitenciário (Desipe), Manoel Pedro da Silva, esteve no local e acredita que o túnel poderia dar fuga a até 200 dos 896 detentos da unidade. "Seria uma aberração no nosso sistema, que é o melhor da federação", afirmou. De acordo com Silva, faltavam quatro metros para o túnel alcançar o muro da instituição, o que poderia acontecer até o fim do mês. Os detentos ainda teriam que vencer os sete metros de profundidade do alicerce do muro. O túnel daria para um matagal, nos fundos do presídio. "Provavelmente haveria carros esperando por eles". Duas pequenas pás, improvisadas com barras de metal, foram encontradas dentro do túnel. Segundo Silva, a escavação aconteceu ao longo de 15 dias, durante o banho de sol diário, no qual 300 detentos ocupam o campo por duas horas. O diretor do Desipe admitiu a possibilidade de que agentes penitenciários tenham facilitado a ação, o que será investigado. A poucos metros da entrada do túnel há duas guaritas. "A possibilidade existe. A gente está investigando. Infelizmente, existem maus profissionais". Silva contou que, neste mês, um agente penitenciário foi preso com 500 gramas de maconha e outro com quatro quilos do entorpecente, no Complexo da Frei Caneca. Na sexta-feira passada, cerca de 600 munições e carregadores para pistolas foram apreendidos no respiradouro da galeia A do presídio. Por isso, o diretor do Desipe acredita na existência de armas dentro de Bangu 3. "Se há munição, há armamento. As buscas continuam." Para Silva, chefes do tráfico presos na unidade, como Isaías, do Morro do Borel, Polegar, da Mangueira, e Doda, da Mineira, teriam prioridade em caso de fuga. Um tampão de concreto era usado para camuflar a entrada do túnel, e a terra retirada de seu interior era misturada à do campo de futebol. O diretor do Desipe argumentou que a quantidade de presos que participam do banho de sol pode ter dificultado a detecção do túnel. O campo ficará interditado por tempo indeterminado.

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