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Derrotado, Aldo demonstra que disputa deixou seqüelas

A relação do atual presidente da Câmara saiu abalada. ´As idéias que me levaram a disputar a presidência não cessaram com o fim das eleições´, afirmou

Por Agencia Estado
Atualização:

Derrotado em eleição apertada com o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), o ex-presidente da Câmara Aldo Rebelo (PCdoB-SP) mostrou que a disputa deixou seqüelas em sua relação com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com o PT. "As idéias que me levaram a disputar a presidência da Câmara não cessaram com o fim das eleições", afirmou, ressaltando que ele e Chinaglia têm idéias diferentes para o País e para a Câmara. Aldo mostrou distanciamento do governo ao comentar a divisão na base de Lula, integrada inclusive por seu partido. "A base do governo é um problema do governo. Não é uma solução que deve ser dada pela Câmara dos deputados. É o governo que deve resolver", afirmou. Em entrevista, sempre que questionado sobre eventual cargo de ministro ou de convite para ocupar o cargo de líder do governo, Aldo não mostrava intenção de exercê-los. "Eu nunca cogitei disputar a presidência da Câmara imaginando recompensa. Disputei porque achei que a instituição precisava da disputa. Eu creio que o Congresso precisa da minha presença", disse. Em outro momento, Aldo afirmou que Lula dispunha de muitos nomes para ocupar a vaga de líder para precisar dele. Incentivado pelo presidente Lula a se candidatar à reeleição, mas largado à própria sorte depois, Aldo negou abandono. "Quem teve a votação que tive não pode se sentir abandonado. Tive muito apoio dos deputados e não tive e não pedi o apoio do governo", afirmou. Sobre eventual mágoa, afirmou: "Quem guarda mágoa não é feliz e vive pouco". O presidente da Câmara disse que se sentia recompensado por ter enfrentado uma luta com determinação e com idéias. Aldo cumprimentou Chinaglia pela vitória no plenário da Câmara, depois que o petista tomou posse do cargo. Pouco depois, no gabinete da presidência foi aplaudido e cumprimentado por seus funcionários. Demonstrando emoção, abraçou os assessores, os seguranças da Casa e seus parentes que o aguardavam, como a mãe do deputado, Maria Cila, citada em seu discurso de candidato como exemplo de mulher lutadora que, viúva, criou seus oito filhos sozinha "na roça de Alagoas".

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