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Deputados querem apurar despesas secretas de Garotinho

Por Agencia Estado
Atualização:

Dois deputados estaduais, Paulo Ramos e Cidinha Campos (PDT), entraram nesta quinta-feira no Tribunal de Contas do Estado (TCE) com pedido de inspeção especial na Secretaria do Gabinete Civil. Eles querem investigar o suposto aumento de 106% nas despesas a cargo do órgão com serviços ?secretos ou reservados? - de R$ 823 mil em 1999 para R$ 1,7 milhão em 2000. Os parlamentares também desejam esclarecer o presumido crescimento de outros gastos - de R$ 3,7 milhões para R$ 13 milhões no período. As compras incluem remédios e até uma jóia. O governador Anthony Garotinho (PSB) repudiou as acusações. ?Quero saber o que são serviços secretos ou reservados?, disse o deputado. ?O que pode fazer um governo no regime democrático ter gastos reservados?? Eles garantiu ter documentos sobre as compras, mas quer obtê-los pela via oficial. ?Quero ver se estão mentindo?, declarou. Ramos afirmou que só nesta sexta-feira vai divulgar a documentação que obteve, que comprovaria o aumento de gastos. O pedido de inspeção apresentado pelos deputados é genérico e não menciona os aumentos de despesas nem o seu caráter. No texto, os parlamentares solicitam que a inspeção especial seja feita no Gabinete Civil e também no Gabinete Militar, relativamente ao período em que ainda tinha o status de secretaria independente do Civil. Os deputados também solicitam ao TCE a relação de todos os empenhos (compromissos para pagamento), com os respectivos valores, incluídos nos restos a pagar de 1999 e 2000. Os pedetistas solicitam ainda a lista de processos relativos às contas de 1999, 2000 e 2001 distribuídas ao conselheiro do TCE Jonas Lopes de Carvalho (ex-secretário do Gabinete Civil de Garotinho). Garotinho disse nesta quinta-feira que a verba de serviços secretos é administrada pela Coordenadoria Militar, vinculada ao Gabinete Civil, não por seu gabinete pessoal. Em 2000, essas despesas totalizaram R$ 1.742.577,95, aplicados, afirmou, no pagamento de denúncias de criminosos, no Programa de Proteção a Testemunhas, recompensas do Disque-Denúncia e operações reservadas da Polícia no Brasil e no exterior. Em nota, o governo esclareceu que os gastos supostamente exóticos são relativos a todo o governo. O governador disse que a jóia comprada pela administração - segundo Ramos, uma gargantilha de ouro - foi um ?presente protocolar?. ?Não é uma gargantilha, é um colar de pedras brasileiras que comprei para dar à rainha da Dinamarca, que esteve no Rio?, declarou. Quanto aos medicamentos, Garotinho explicou que foram destinados a pessoas carentes, que procuram o Palácio Guanabara em busca de ajuda. ?Desde o início do governo, atendemos a cerca de 150 pessoas por dia?, contou. Para isso, explicou, há verba específica. Em 2000, essa verba foi de R$ 400 mil. Este ano, já foi a R$ 100 mil.

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